Ao Entardecer em DVD

Ao Entardecer

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Tema: Envelhecer, Escolhas, Livre-arbítrio


Um filme tocante que reflete a vida, seus acontecimentos, encontros e desencontros, o sentido da vida e de nossas existências.

Quem pode dizer, com certeza, que sempre fez, em determinada situação, a escolha certa ou errada? No momento atual – repleto de incentivos, estímulos e motivação para uma vida feita de escolhas, metas, decisões e alto desempenho –, esse filme, como muitos de seu gênero, questiona essas certezas. Não que não precisemos melhorar nosso desempenho e desenvolver a capacidade de fazer boas escolhas, mas será que podemos atribuir tamanho peso ou gravidade a nossas escolhas? Como viver pesando tudo entre certo e errado ou bom e ruim? Será que todos não desejamos as mesmas coisas, apesar de buscá-las em local e de forma diferente?

Em relação ao filme, quem está certa? A filha que vivia dentro dos padrões usuais de estabilidade profissional, matrimonial e familiar ou a que estava fora desses padrões? Anne, que tinha muitas expectativas na vida e que buscava ser livre para tomar decisões, ou Lila, que, mesmo sem amar, casou-se conforme o movimento e as sequências de acontecimentos de sua vida? Todas as nossas escolhas geram consequências, e é natural que assim seja. Mas como dizer que erramos só por que as consequências são ruins? Será que, de fato, poderíamos ter feito outra escolha? Em caso positivo, será que a teríamos sustentado ou evitado resultados insatisfatórios?

Nossas decisões são tomadas com base em somatório de forças internas e de tendências diversas, que são, muitas vezes, contraditórias. Nossas resoluções, em grande parte, são o resultado da ação da parte interna que mais pesou e tem força em nós. Mesmo querendo fazer a escolha “certa”, pesam, em cada escolha, nossos limites pessoais; crenças sobre a vida, sobre o outro e sobre nós mesmos; experiências pregressas; motivações internas; anseios pessoais; e, ainda, outras forças. Gostaríamos de ter a clareza que nos permitisse optar pelas escolhas perfeitas, e a força que nos permitisse sustentá-las, mas parece que a vida não é assim. Em todas as escolhas, teremos ganhos e perdas. Precisamos nos dar conta de que não há escolhas perfeitas. Portanto, fazer escolhas perfeitas não parece ser parâmetro muito útil. É necessário considerarmos que temos limites pessoais e que nem sempre podemos sustentar a vida com base nas escolhas que fizemos, por melhor que tenhamos escolhido.

Por tudo isso, fica muito difícil dizer que fizemos má escolha ou escolha errada em função de o resultado ter sido diferente do que desejávamos. No filme, a personagem Ann e sua amiga Lila refletem isso. Ann fez escolhas baseada em suas verdades, seguiu essas escolhas durante sua vida e deu o melhor de si. Sua vida foi plena e ela buscou, como pediu a suas filhas, ser feliz. É possível que, no fim da vida, tenha ficado com dúvidas sobre suas escolhas e se ressentido de algumas ações. Talvez na velhice, mais amadurecida pela própria experiência de vida, perceba alguns equívocos em seu discernimento e julgamento e em algumas de suas escolhas. O mesmo aconteceu com Lila. Como Ann, ela também fez escolhas com base em suas verdades e viveu conforme essas escolhas. Deu o melhor de si e sua vida foi, igualmente, plena. A vida de nenhuma das duas foi perfeita, como não o é a de ninguém. Buscamos todos as mesmas coisas: ser feliz e viver em plenitude, e parece que estamos todos a burilar e a aperfeiçoar nosso discernimento. Apesar dos receios, da incerteza e do novo, fazemos sempre escolhas, mesmo ao permanecermos no terreno do velho e do conhecido. O resultado de nossas escolhas dificilmente será perfeito. Mas, mesmo que o resultado não seja o que desejávamos, não significa que erramos, mas que tentamos e fizemos o melhor possível, que somos imperfeitos e que aprendemos na tentativa e no erro, aperfeiçoando o discernimento e a capacidade pessoal.

Outro ponto extremamente importante no filme é a reflexão sobre a culpa. A morte de Buddy muda totalmente a direção da vida de Ann e de Harris, que, presos na culpa, seguem caminhos diferentes dos que pediam seus corações. Se não trabalhamos a culpa, ela pode se tornar tormento e prisão, como no filme e na vida de muita gente. Sem adentrar o campo da Filosofia do Direito, é importante discernirmos o que de fato é nossa responsabilidade e, em cada caso, tomarmos cuidado para não assumir a parte do outro. É comum, nas pessoas muito responsáveis, a tendência à onipotência, a tomar tudo para si. É sempre importante lembrar que, além da sobrecarga que essa atitude gera, tiramos a responsabilidade e o poder pessoal do outro, tornando-o vítima, dependente e incapaz de gerir a própria vida, e passamos a carregar culpas que, muitas vezes, não nos pertencem. É um filme que vale a pena ser visto.



Por Flávio Vervloet
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ELA É A FILHA DO ENGENHEIRO JULIO CESAR FLORES BORRAZ DA ASSOCIAÇÃO REGIONAL DE COUTEIROS


Passe foto a todo o mundo, nunca se sabe....

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Minha filha tem 13 anos, Ashley Flores, está desaparecida desde duas semanas. Pode acontecer que se todos passarem esta mensagem, alguma pessoa reconhecerá ela. Pessoas descobriram este método. Internet circula no mundo inteiro... por favor, passa esta mensagem a todos seus contatos. Graças a tudo isso pode-se achar minha menina.
Eu peço a todos, eu imploro a todos, por favor passe esta imagem a todas as possíveis pessoas. Ainda não é tarde por favor, me AJUDE. Sim se você tiver informação, contata-se com: HelpfindAshleyFlores@yahoo. só precisa de 2 minutos necessários para fazer circular esta mensagem. Se fosse seu filho você faria até coisa impossível para obter ajuda.

Deus premiará a tua bondade
-- Alex Carneiro

21 8443 9332
21 7832 5548
24 9857 1940
ID 81*73820
--
 Sérgio Luiz Brenner da Luz  (21 ) 9856-3636
 
 ( 21 ) 7709-8051

Rubem Alves - Jogo de Idéias

 

 

Participe de manifestação contra remoções e gastos abusivos na organização da Copa e Olimpíadas

Participe de manifestação contra remoções e gastos abusivos na organização da Copa e Olimpíadas 

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Sede de partidas da Copa do Mundo de 2014 – incluindo a grande final – e dos Jogos Olímpicos de 2016, o Rio de Janeiro vive um momento de transformações. Sob o pretexto de preparar a cidade para os grandes eventos, as três esferas de Governo têm tomado medidas como remoções de pessoas de suas casas e a proibição de trabalho de vendedores ambulantes e camelôs. Preocupadas com a situação, entidades e cidadãos se uniram para criar o Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio, que trabalha para evitar abusos e desrespeito à população. Neste sábado, dia 30, às 10h, o Comitê se reúne no Largo do Machado para protestar e mostrar sua força.
Os governantes afirmam que a Copa e os Jogos Olímpicos trarão benefícios. O Comitê, porém, questiona: quem serão os verdadeiros beneficiados? A Fifa e a CBF (incluindo seu presidente, Ricardo Teixeira), que organizam o evento, estão cercadas de denúncias de corrupção. Empreiteiras e especuladores recebem milhões de dólares enquanto bombeiros, professores e profissionais de saúde, entre outros, sofrem com arrocho.
O Comitê trabalha para que não volte a acontecer – dessa vez em maior escala – o que houve na preparação e na realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, quando houve graves denúncias de desvio de dinheiro público; obras grandiosas, mas inúteis após as disputas; ganhos para empresários amigos do poder público e violação de direitos de milhares de pessoas.
Alguns desses problemas já podem ser notados, como as remoções e recolhimentos compulsórios registrados recentemente na cidade do Rio. Os eventos têm sido usados como justificativas para instalação de uma “cidade de exceção”, com violações sistemáticas dos direitos e das leis.
Por isso, se você não concorda com esse tipo de ação violenta e discriminatória, além de lutar contra os gastos excessivos e injustificados, compareça neste sábado ao Largo do Machado e se uma aos cidadãos e entidades que já se articularam no Comitê Popular. Mais informações estão disponíveis no site comitepopulario.wordpress.com.
26 de julho de 2011

Mais velhos e mais ricos comem mais salada no Brasil

Mais velhos e mais ricos comem mais salada no Brasil 

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DO RIO
Os brasileiros mais velhos comem mais salada do que os mais jovens, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada nesta quinta-feira pelo instituto.
Já consumo de biscoitos recheados, um dos vilões de uma dieta saudável, foi bem maior entre adolescentes do que entre adultos e idosos.
Os indivíduos que se encontram entre os 25% mais pobres comem mais arroz e feijão --alimentos que podem compor uma dieta saudável-- do que os mais ricos. No entanto, os de maior renda também relataram maior consumo de frutas e verduras.
DIETA POBRE
Mais de 90% dos brasileiros consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde, segundo a pesquisa do IBGE.
O levantamento mostra que os alimentos mais comuns na mesa dos brasileiros de todas as classes, regiões e idades são café, feijão, arroz, sucos, refrigerantes e carnes bovinas.
O problema, no entanto, com exceção dos refrigerantes, não está neste grupo, mas em outros alimentos que têm sido mais consumidos, como biscoitos recheados, salgadinhos, pizzas, doces e outros de altos teores calóricos e baixos nutritivos.
Por causa desta dieta de baixa qualidade, o percentual de brasileiros com níveis altos de inadequação de consumo de diversos nutrientes é alto para quase todos eles.
O consumo de fibras ficou abaixo do recomendado para 68% dos brasileiros. Já no caso de açúcares e gorduras saturadas, o consumo é em excesso, respectivamente, entre 61% e 82% da população.
A má alimentação do brasileiro se reflete também na baixa ingestão de algumas vitaminas, abaixo dos níveis recomendados. Praticamente todos os brasileiros consomem menos vitaminas D e E do que o recomendado, pois a proporção de inadequação neste caso é superior a 98% independente da idade ou sexo.
A falta de vitamina A também é um problema, pois a proporção de inadequação deste nutriente varia entre 63% entre meninas de 10 a 13 anos a 82% entre homens de 14 a 18.
PEIXE É MAIS CONSUMIDO NO NORTE; CARNE DE BOI NO CENTRO-OESTE
A comparação por região permite também identificar diferentes hábitos alimentares. Ninguém supera os nortistas, por exemplo, no consumo de peixe, farinha e açaí.
No Sul, o destaque é o chá. No Centro-Oeste, brasileiros reportaram o maior consumo de carne bovina.
No Sudeste, a batata-inglesa é mais presente no cardápio do que em qualquer outra região.
Por fim, nordestinos apresentaram o maior consumo de milho entre todos os pesquisados.

Dieta do brasileiro é pobre em frutas e legumes, diz IBGE

Dieta do brasileiro é pobre em frutas e legumes, diz IBGE

http://www.bemparana.com.br/maximosaude/wp-content/uploads/2010/06/abuse-das-frutas.jpg
DO RIO

Mais de 90% dos brasileiros consomem menos frutas, legumes e verduras do que o recomendado pelo Ministério da Saúde. Esta é uma da conclusões da Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, divulgada nesta quinta-feira pelo instituto.

O levantamento mostra que os alimentos mais comuns na mesa dos brasileiros de todas as classes, regiões e idades são café, feijão, arroz, sucos, refrigerantes e carnes bovinas.

O problema, no entanto, com exceção dos refrigerantes, não está neste grupo, mas em outros alimentos que têm sido mais consumidos, como biscoitos recheados, salgadinhos, pizzas, doces e outros de altos teores calóricos e baixos nutritivos.

Por causa desta dieta de baixa qualidade, o percentual de brasileiros com níveis altos de inadequação de consumo de diversos nutrientes é alto para quase todos eles.

O consumo de fibras ficou abaixo do recomendado para 68% dos brasileiros. Já no caso de açúcares e gorduras saturadas, o consumo é em excesso, respectivamente, entre 61% e 82% da população.

A má alimentação do brasileiro se reflete também na baixa ingestão de algumas vitaminas, abaixo dos níveis recomendados. Praticamente todos os brasileiros consomem menos vitaminas D e E do que o recomendado, pois a proporção de inadequação neste caso é superior a 98% independente da idade ou sexo.

A falta de vitamina A também é um problema, pois a proporção de inadequação deste nutriente varia entre 63% entre meninas de 10 a 13 anos a 82% entre homens de 14 a 18.




Brasileiros consomem mais de 15 milhões de litros de refrigerante por dia, aponta IBGE

Brasileiros consomem mais de 15 milhões de litros de refrigerante por dia, aponta IBGE

Lilian Ferreira
Do UOL Ciência e Saúde
O arroz e feijão ainda compõe a base principal alimentação do brasileiro, mas refrigerantes e bolachas recheadas ganham espaço e marcam a dieta nacional como sendo de alto teor energético, mas com poucos nutrientes. É o que mostra o estudo “Análise de Consumo Alimentar Pessoal no Brasil” da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (28).

ALIMENTOS MAIS CONSUMIDOS NO BRASIL

  Alimento (g/dia)
1 Café 215,1
2 Feijão 182,9
3 Arroz 160,3
4 Sucos 145
5 Refrigerante normal 94,7
6 Carne bovina 63,2
7 Pão de sal 53
8 Sopas e caldos 50,3
9 Aves 36,5
10 Macarrão 36,3
11 Leite integral 34,7
12 Chá 31,3
13 Cerveja 31,1
O feijão figura como principal alimento do brasileiro, com 182,9 g por dia; a seguir vêm o arroz (160,3g/dia) e a carne bovina (63,2 g/ dia). Sucos (145,0 g/ dia), refrigerantes (94,7 g/ dia) e café (215,1 g/ dia) também estão no topo da lista.  O consumo de refrigerante normal por dia mais o de refrigerante diet (5,5g/dia) vezes as mais de 160 milhões de pessoas com 10 anos ou mais estimadas na pesquisa totaliza mais de 15 milhões de litros por dia.
Assim, bebidas adoçadas ultrapassam os limites de consumo ideais por dia, enquanto frutas, verduras e legumes apresentam taxas abaixo do indicado: menos de 10% das pessoas atingem as recomendações.
Vale destacar que 61% da população consome açúcar em excesso, 82%, gordura saturada acima do ideal e mais de 70%, sódio acima do tolerável. O baixo consumo de fibras está presente em 68% da população. Estes dados, para o IBGE, confirmam os grandes percentuais de inadequação da alimentação da população brasileira.
Entre os grupos de alimentos estudados, o biscoito recheado destacou-se como um dos mais importantes marcadores de consumo não saudável, seguido pelos refrigerantes, doces, pizza e salgadinhos industrializados. Quem consumia este alimento, também ingeria mais calorias no final do dia. A má notícia é que ela vem de gordura e açúcar.
Segundo o órgão, o alto consumo de alimentos com adição de açúcares pode substituir e/ou reduzir o consumo de alimentos importantes para uma alimentação saudável.
Biscoito recheado, doces, pizza, salgadinhos industrializados, suco, bolo, refrigerante, biscoito doces e salgados se relacionam com o consumo médio elevado de açúcar (em gramas), enquanto feijão, arroz integral, aves, carne bovina, biscoito salgado, legumes e verduras associam-se a médias taxas.

Os homens comem menos verduras, saladas, frutas e doces do que as mulheres. Já o consumo de cerveja e bebidas destiladas deles é, aproximadamente, cinco vezes maior do que a delas.
Outra característica encontrada é que quanto maior a classe social, maior é o consumo de alimentos não saudáveis, embora aumente também a ingestão de frutas e verduras. O consumo de refrigerantes aumenta com a renda e o refrigerante diet é quase inexistente na dieta das menores classes.
As classes de baixa renda comem mais arroz, feijão, batata-doce e milho, por exemplo. O consumo de peixe fresco, peixe salgado e carne salgada é ligeiramente maior na menor faixa de renda.

Fora de casa
Aproximadamente 16% da ingestão calórica total do dia é feita fora de casa. O homem, que mora em áreas urbanas, na região Sudeste e com maior renda familiar são os que mais comem fora.
A alimentação fora de casa se caracteriza por participação importante dos refrigerantes, cerveja, sanduíches, salgados e salgadinhos industrializados e pizzas.
Por regiões
Comparando as cinco regiões do país, percebe-se que a farinha de mandioca é preferida de mais de 40% da região Norte e por menos de 5% das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O consumo de açaí e peixe fresco ocorreram quase que exclusivamente na região Norte.

Operação Sorriso oferece 120 vagas para cirurgias gratuitas de lábio leporino e palato


Operação Sorriso oferece 120 vagas para cirurgias gratuitas
de lábio leporino e palato 
(goela-de-lobo)
Comparecer: 8 ou 9 de agosto de 2011
CTAC (Centro de Tratamento de Anomalias Cranio Faciais do Estado do RJ)  - Rua Marechal Rondon, 381-RJ
Oferecemos alojamento para pacientes de fora da cidade do Rio + 1 acompanhante
Obs: As cirurgias serão realizadas no Hospital Universitário Pedro Ernesto
www.operacaosorriso.org.br Info: (21) 8848-8788 - (11) 3097-0696
OBS: Há um email do ano de 2009 circulando com as datas de 6 e 7 de agosto no Fundão. São informações antigas, não valem mais!

 
 
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Documentário "Janela da Alma"

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A intermediação do olhar

Por Sidênia Freire*
Qual seria o alvo maior dos olhares presentes na Janela da alma_ um filme sobre o olhar de João Jardim? Talvez o subtítulo ao mesmo tempo oculte e responda essa indagação. Nos deparamos com os diversos depoimentos sobre o olhar e suas limitações físicas, tornamo-nos sujeitos interativos do processo de questionamento da relação direta entre o olhar e o objeto. Ao utilizar como predominante a modalidade interativa (dentro do quadro formulado por Bill Nichols), Jardim seleciona os depoimentos de forma a refletir sobre o uso das imagens como mediações entre o subjetivo e o “real”. O olhar humano é metáfora da intervenção, podemos escolher a forma de como olhar para o real ou quando não temos essa escolha, a própria limitação irá criar outras estratégias de construção do real.
Interessante observar que depoimentos como de Win Wenders, com sua visão particular a respeito do olhar, conotam a perspectiva, seleção de imagens e até mesmo seu enquadramento pela retina. Wenders relata que ao experimentar pela primeira vez lentes de contato, sentiu-se desconfortável, pois percebeu que precisava do enquadramento proporcionado pela armação dos óculos. Aqui torna-se nítido o sentido conotativo do olhar, Wenders reflete sobre o tratamento estético e seleção da imagem através da ação de seu criador/realizador. A armação dos óculos configura significado especial  sobre esse fato curioso na vida do cineasta alemão: Wenders estaria nos sugerindo que não existe imagem sem a necessidade de formatação, a moldura dos olhos conota o enquadramento da tela do cinema e  do próprio registro de imagens captadas pela câmera.
Outro depoimento, talvez dos mais marcantes do documentário, também extremamente conotativo, é dado pelo fotógrafo cego esloveno Egven Bavcar que questiona a perda da capacidade de saber olhar que vem acontecendo às gerações atuais. Paradoxalmente é o fotógrafo cego que procura captar a “desnaturalização” do discurso imagético. Dessa forma, chega próximo ao que Barthes chama “sentido obtuso” da imagem: “aquele que é velado, e que, ao contrário do óbvio, nos impõe uma leitura para além do referencial, caracterizando seu processo de construção de significado”.
Ao longo do documentário são elaboradas imagens desfocadas à semelhança de olhos míopes que buscam captar a sua própria realidade. É o caminho trilhado no plano da expressão para a “desnaturalização” da imagem. Procedimento a partir do desmonte do discurso que sustenta o “real”, caminhando para a pura abstração na seqüência  das luzes  noturnas das grandes cidades desfocadas e poéticas, num esforço de singularização.
O alvo dos olhares da Janela da alma  é propor a múltipla leitura do discurso imagético, para além da denotação, submetendo-nos ao olhar convergente que extrapola o mero referencial. Nesse sentido, como documentário, Janela da alma vai de encontro ao conceito de Grierson, um dos precursores do gênero que definia esse tipo de filme como “de tratamento criativo da atualidade”. Nada mais contemporâneo, portanto, que a discussão do olhar, seleção e manipulação dos significantes dentro do universo audiovisual.

*Sidênia Freire é Mestranda em Ciências da Comunicação da Escola de Comunicações e Artes da USP, e realiza pesquisa na recuperação da Memória do Teleteatro Brasileiro

V Seminário para Profissionais na Zona Oeste

Rubens Alves - Ensino no Brasil





Manoel de Barros: Só dez por cento é mentira


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Documentário sobre a vida e obra do poeta sulmatogrossense Manoel de Barros. Alternando sequências de entrevistas com o escritor, versos de sua obra e depoimentos de conhecedores de sua literatura, o filme traça um painel da linguagem do autor, considerado o poeta mais original em língua portuguesa. Com 91 anos, cerca de 20 livros publicados e vivendo atualmente em Campo Grande, Manoel de Barros é consagrado por diversos prêmios literários e é o mais vendido escritor brasileiro.















CENAS EXTRAS

Café Filosófico CPFL – A Educação – Viviane Mosé

Café Filosófico CPFL – A educação – Viviane Mosé

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A escola fragmentada, dividida em disciplinas e grades curriculares, e distante da vida dos professores e alunos, se deparar, a cada dia, com um mundo que faz perguntas cada vez mais globais e urgentes, como a necessidade de considerar o todo, o planeta, a cidade.  Quais os desafios da educação no mundo contemporâneo?

Documentário "Fumando Espero"

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Os recursos digitais tornaram mais fácil e barata a realização de filmes --o que também ajudou no lançamento de produções sem um norte cinematográfico. O documentário brasileiro "Fumando Espero" é um exemplo disso, segundo Inácio Araujo, crítico de cinema da Folha. Dirigido por Adriana Dutra, o filme parte da experiência pessoal da diretora, que pretende largar o fumo.
"Tem uma série de convidados que não fazem o menor sentido, como artistas de TV e cinema que pararam de fumar, mas que nada têm o que acrescentar que não seja próprio de qualquer fumante", avalia.
O crítico comenta que os cortes bruscos de alguns depoimentos que parecem ser interessantes não permitem ao espectador que se envolva com a declaração de cada um. "É um pouco decepcionante porque parece ser um assunto pertinente, mas, no caso, um pouco jogado às traças", comenta. 

Fonte: Folha de São Paulo (http://www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u562645.shtml)

A criminalização da pobreza no Brasil está enraizada em nossa formação cultural

 A criminalização da pobreza no Brasil está enraizada em nossa formação cultural

A criminalização da pobreza no Brasil é um processo histórico que se enraizou ideologicamente na cultura da sociedade brasileira desde o Brasil colônia. Ser pobre neste país além de ter de enfrentar tantas dificuldades para se viver com um mínimo de dignidade. Ainda tem que carregar o estigma de criminoso, de vagabundo… De ser representado de forma temerosa e até odiada pela elite brasileira.
Instalou-se na sociedade a idéia de que moradores de áreas periféricas como: morros e favelas, são criminosos. Alvos de estigmatização, essas pessoas carregam com elas a marca de um crime, que é o simples crime de residirem num local que é tido como um antro de criminosos e ociosos. Suas formas de se expressar, de se vestir criam formas de representação em que a outra parcela da sociedade que vive do outro lado da balança, não aceita.
Por ¨ fugir ao padrão ¨, apresenta-se como uma ameaça ao esquema classificatório de nossa estrutura social. Por não representar os valores ideais do padrão social, passa a ser vista como algo a ser evitado, [...] com esse rótulo genérico é atribuído aos moradores indistintamente, todos eles são perigosos [...] Ser morador da favela é trazer a ¨ marca do perigo ¨, é ter uma identidade social pautada pela idéia de pobreza, miséria, crianças na rua, família desagregada, criminalidade, delinqüência.(ZALUAR, 2006, p. 306, 307)
O que significa viver ao avesso da civilização, sendo temidos e até odiados, por simplesmente não apresentarem determinadas normas morais que são esperadas pela elite dominante. Ilustrativos desse processo são as palavras do padre José de Anchieta (1534-1597), célebre missionário jesuíta que veio da Europa para participar da evangelização dos povos indigenas: “Pouco fruto pode se obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro.” (GILBERTO COTRIM, 1994, p. 33).
Essa frase sintetiza claramente que a criminalização é um processo histórico que está enraizado ideologicamente desde a invasão das Américas, quando os europeus conquistaram brutalmente o continente e trouxeram um conjunto de idéias racistas de superioridade cultural, estigmatizando os povos conquistados com representações de gente promiscua e sem alma. Da mesma forma ocorreu com os povos africanos que foram escravizados para servirem como mão-de-obra aos exploradores europeus.
A formação da nação brasileira constituiu-se exatamente da mistura destes três povos, índios, africanos e europeus. No entanto, nunca houve uma democracia racial. Os negros e os índios sempre foram tidos como gente bestial, e as miscigenações raciais não aconteceram de maneira pacífica, segundo Cotrim “Levando as implicações da miscigenação longe demais, alguns autores, como Gilberto Freyre (autor do clássico, Casa Grande e Senzala), concluíram que o Brasil foi palco de uma verdadeira democracia racial. ¨ (GILBERTO COUTRIM, 1994, p. 66) O que é falso! Índias e negras foram vítimas de estupro dos europeus. E, infelizmente foi dessa forma que se constituiu a nação brasileira, de modo violento, excludente e discriminatório. Formando uma nação dividida, de um lado, aquela tida como civilizada, e de outro, aquela perigosa com tendências ao crime.
Quer queiramos, quer não, está separação já está embutida nos rituais de dominação de classe que incluem um rigoroso afastamento do local de moradia dos pobres. [...] Duplamente excluídos por serem ¨ outros ¨ e por serem ¨ incultos ¨ e ¨ perigosos ¨ , os pobres urbanos vivem neste olhar etnocêntrico e homogeneizador [...] ¨ (ZALUAR, 1984, p.12)
Nossa cultura traz essa ideologia de representação dos pobres de forma até invisível, se não aguçarmos nossa percepção. Somos capazes de reproduzi-las sem perceber. Por exemplo: um dos mais importantes romances da literatura brasileira O Cortiço de Aluísio de Azevedo, um livro que conta a história de moradores de um cortiço no Rio de Janeiro, que retrata o modo de vida dessas pessoas pondo em pauta o problema social da formação dos cortiços. Infelizmente, Azevedo deixa a desejar, pois seu romance faz uma representação dos moradores de cortiço como: preguiçosos, futriqueiros, gatunos, malandros, desagregados… Enquanto o seu personagem principal, um homem branco, trabalhador, pai de família e português, é símbolo de retidão. Até mesmo quando ele se desvia, a culpa é de uma negra, sambista que gosta de vida fácil.
Resumindo, é inevitável dizer que vivemos numa sociedade com dois pólos sociais, onde as representações de uma delas são criminalizantes.
E o mais conflitando em tudo isso, é que está ideia está enraizada em nossa cultura, em nossa própria identidade de povo brasileiro, somos frutos de um passado brutal que gerou uma forma de representação excludente e classificatória.
E isso foi pensado?
Hoje temos a mídia que reforça ainda mais está estigmatização.
É tempo de refletirmos sobre o que somos e o que queremos ser. Pois a outra parcela da sociedade já decidiu! E colocou todos os seus aparatos de controle para nos oprimir!

Fonte: Rádio Juventude

Criminalização da pobreza

Criminalização da pobreza

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Cristian Góes


Na semana em que o novo secretário de Direitos Humanos do Estado toma posse, o mesmo Governo, através da Polícia Militar, retira das ruas, indiscriminadamente e com violência aparente, guardadores de veículos, os flanelinhas. De um lado, palavras ao vento sobre garantias aos direitos humanos. Do outro, ação concreta de Estado que criminaliza a pobreza. Os dois atos aplaudidos pela maioria da sociedade, sendo que este último com maior entusiasmo, apoio e gozo.
Alegando-se que alguns guardadores de veículos estavam extorquindo motoristas e ameaçando danificar o patrimônio (veículos), a Polícia Militar montou um mega esquema de viaturas e policiais fortemente armados (fuzis, metralhadoras, etc) e saiu pelas ruas do bairro São José (Sergipe), de classe média alta, catando flanelinhas que encontrassem pela frente. Estava na rua, era detido imediatamente. Em minutos, já eram 15 em cima de caminhonetes abertas para todos aplaudir. Com armas apontadas e eles com as mãos na cabeça, eram obrigados a subir na viatura, sem qualquer explicação. Todos mandados para a delegacia. Cenas fantásticas para o deleite da mídia.
Claro que entre essas pessoas pode se encontrar alguém que tenha até feito algum tipo de ameaça. Pode até ser, mas onde está a inteligência da polícia para, na forma da lei, investigar, fazer o flagrante, buscar um mandado judicial? Ou não é assim que se faz com homens de bens?
Esta ação suscita perguntas e constatações. Qual o flagrante ali verificado para que aquelas pessoas fossem detidas pela polícia? Alguma ordem judicial? Quais os acusados, seus nomes? Acusados de quê? Quem são as vítimas? Alegou ainda o Governo que flanelinha é profissão regulamentada e para isso tem que ter documentos, tudo registrado em cartório e no Ministério do Trabalho. Tem que pagar taxas e impostos. Tem que ter ficha limpa. É a lei. Lei? Curioso, não há empresário que vive de extorsão e cobranças abusivas? Que frauda documentos? Que não paga impostos? Quem tem ficha muito suja? Ah, a lei!
Mas há quantos anos esses guardadores de veículos estão nas ruas? E o mais importante: o porquê eles estão nas ruas há tanto tempo? Hobby? Profissão? As perguntas são inúmeras e as constatações poucas. Os pobres, principalmente os miseráveis, são jogados pela sociedade na invisibilidade. É lá que ficam mendigos, pedintes, drogados, moradores de rua, pobres, todos taxados de criminosos. Ficam contidos na invisibilidade sob o controle do poder de polícia, da força do Estado. Quando alguns ameaçam ultrapassar essa fronteira, principalmente tocando na essência da sociedade capitalista, que é a propriedade (patrimônio), são devidamente enquadrados como bandidos.
A criminalização da pobreza não ocorre apenas com algumas ações policiais. É uma atividade de Estado. Criminaliza-se quando o poder destrói barracos e entulha gente em galpões fechados; quando expulsa cada vez mais para longe da cidade os pobres que vão morar em barracos oficiais chamados de casas; quando se constrói conjuntos sem a menor estrutura de saneamento, escola, postos de saúde, praças; quando recolhe moradores de rua e os levam para outros estados; quando se mata, queima, persegue, some; quando se proíbe a circulação de pobres em shopping, restaurantes, aeroportos, supermercados. Se aparecer um mal vestido é monitorado e intimidado. Homens de bens reclamam. Afinal de contas a cidade precisa estar limpa e sem incômodos. Imagine, encostar em meu carro novinho?.
Quão hipócrita é nossa sociedade. Criminaliza o pobre, tem-se horror dessa gente, pavor de sua existência. Pela aparência, o preconceito estabelecido é de bandido. É assim que se ensina em muitas escolas. O valor das pessoas é medido pelo que se tem e quem não tem está fora do jogo social. Ao mesmo tempo, essa mesma sociedade apoia, festeja, enaltece e elege alguns homens de bens, mesmo que pratiquem a extorsão contra o Estado, que metam mãos e pés nos cofres públicos, que não cumpram leis, que não pagam impostos, produzindo a miséria de muitos. Se um desses homens é descoberto, o crime muda de nome e há todo um aparato do Estado para protegê-lo. Imagine alguns deles sendo recolhidos pela PM e colocados em caminhonetes abertas ao público? Jamais.
http://www.aracaju.se.gov.br/thumb/cache/phpThumb_cache_www.aracaju.se.gov.br_srcb8f0361ecadfd179704581509fbfc9e5_par80384d9c74a7e591ab9ec81305f1d5b0_dat1310744962.jpeg Luiz Eduardo Oliva, novo secretário de Direitos Humanos e que começa a trabalhar oficialmente amanhã (19/07/11), tem muito a fazer. Não tem estrutura, orçamento e nem pessoal. Sua boa vontade e capacidade esbarram numa constituição de Estado que produz injustiças, que amplia o conceito dos homens de bens, que criminaliza pobres. Mas há esperanças. Tanto Oliva, quanto o governador Marcelo Déda têm sensibilidade e plena consciência do papel histórico que desempenham nesse momento onde estão. O segundo Governo Déda começou faz seis meses. Iniciou bem com uma secretaria própria de Direitos Humanos, mas vai ter que agir de forma transversal em toda estrutura de Governo para que não agrave a criminalização da pobreza, como exige o capital. Ainda há tempo!

Aditivos e mais aditivos I
Uma das várias formas de corrupção em obra pública é a aplicação do tal aditivo. Os valores são reajustados e o gasto final dela supera mais de 100% do valor inicial. O recente escândalo no Ministério dos Transportes também passou por aí. A presidenta Dilma ficou surpresa com tantos aditivos e promete mudar esse mecanismo.

Aditivos e mais aditivos II
Sem nenhuma relação com a nota anterior, o governador Marcelo Déda também deve ficar atento aos aditivos em obras e serviços no Governo. Uma rápida olhadela no Diário Oficial percebe-se uma profusão de contratos que já vão no quatro, quinto, sexto termo aditivo. A turma sabe somar.

Henri Clay prefeito?
O ex-presidente da OAB/SE, Henri Clay, pode ser mesmo candidato a prefeito de Aracaju. Busca filiação a um partido que não tenha feito alianças nem com Déda nem com o ex-governador João Alves. Anote: ele caminha para o PSOL. Se isso ocorrer, a depender do desenrolar da eleição, ele pode ser entendido como alternativa na cidade e dará trabalho aos caciques políticos.

Cadastro é lei
Pouca gente sabe, mas já é lei em Sergipe o cadastro estadual para bloqueio do recebimento de ligações de telemarketing. Esse cadastro tem o objetivo de impedir que as empresas que atuam nesse setor ou estabelecimento de terceirizam esse serviço efetuem ligações telefônicas não autorizadas para os consumidores que estiverem escritos nesse cadastro. O Procon aqui deve regulamentar a lei.

Estacionamento é lei I
Agora é lei estadual. Está terminantemente proibida a cobrança de valores pela utilização de estacionamento em shoppings, hipermercados, supermercados, lojas, instituições de ensino e outros. Atenção. A proibição de cobrar por estacionamentos aplica-se aqueles mantidos ou operacionalizados pelos estabelecimentos, direta ou indiretamente, inclusive através de outra pessoa jurídica que explore o serviço e mantenha relações econômicas com os estabelecimentos. Nada de terceirizar. A multa pelo descumprimento é R$ 10 mil, cobrada em dobro em caso de reincidência.

Carro na Flora
Estranho! Uma Secretaria de Estado fez a locação de um veículo, apenas ele, por R$ 60 mil em valor total. A vencedora da licitação foi a Flora Fértil, Gramados e Serviços Ltda. É flora, flores, gramados e carros.
Jornalistas sem formação
Dados do Ministério do Trabalho apontam que São Paulo, Sergipe, Rondônia e Acre registraram mais jornalistas sem diploma do que graduados na área. Desde o segundo semestre de 2010, Sergipe registrou 127 não diplomados contra 61 graduados.

Potássio de Sergipe
O Brasil deve reduzir a dependência da importação de fertilizantes até 2016, quando grandes projetos de empresas como Vale, Petrobras, Galvani e Copebrás estiverem em operação. Só a Vale anuncia investimento de US$ 1,5 bilhão em seu projeto de potássio no Estado de Sergipe em até dois anos. A produção inicial está sendo estimada em 1,2 milhão de toneladas anuais de cloreto de potássio.

10% do PIB
A deputada estadual Ana Lúcia (PT) fez um apelo aos deputados federais e senadores para que modifiquem a proposta inicial do Plano Nacional de Educação, onde está previsto o gasto de até 7% da riqueza da população com a educação. Precisamos, de no mínimo, 10% do nosso Produto Interno Bruto, frisou ela.

Memória preservada
Ação excelente. O acervo histórico do Colégio Estadual Atheneu Sergipense está sendo digitalizado. A primeira etapa do trabalho, que deverá ser concluída no segundo semestre deste ano, consiste na digitalização de oito mil páginas de documentos relativos ao período compreendido de 1848 até 1950.

Maria da Penha aqui
Sergipe é o único que ainda não possui vara nem juizado especial de violência contra a mulher. O Conselho Nacional de Justiça quer saber o motivo.

Link-sewww.contasabertas.uol.com.br - Contas Abertas - site de uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que contribui para o aprimoramento dos gastos públicos, notadamente quanto à qualidade, à prioridade e à legalidade.

www.direitoacomunicacao.org.br - Observatório do Direito à Comunicação. É um portal que produz informação e estimula o debate sobre a comunicação no Brasil.

 www.dominiopublico.gov.br - Portal Domínio Público disponibiliza informações e conhecimentos de forma livre e gratuita.

Obras do Rodoanel deixam "órfãos" na região do ABC



Obras do Rodoanel deixam "órfãos" na região do ABC

Dezenas engravidaram e foram abandonadas com filhos por trabalhadores da via


São Bernardo do Campo teve aumento de 31% de gestantes, em 2008; prefeitura diz que não há relação nos casos


CRISTINA MORENO DE CASTRO

ADRIANO BRITO

DE SÃO PAULO

Edicleide, 39, conheceu "Ceará", 48, em 2009, num forró. Ele, operário do trecho sul do Rodoanel. Ela, moradora do Jardim Represa, bairro de São Bernardo do Campo, vizinho à obra inaugurada em março de 2010.
Namoraram, juntaram, ela engravidou, ele ficou com outra (que também engravidou), brigaram, ele sumiu.
O filho foi registrado, mas nunca recebeu um centavo de pensão. O paradeiro de "Ceará" é desconhecido.
Hoje, ela vive em uma casa de dois cômodos com o auxílio do Bolsa Família -pago pelo governo federal- e a pensão de outras duas filhas.
A história de Edicleide Maria dos Santos é apenas um dos relatos de gravidez e abandono ouvidos pela Folha em seis bairros carentes da cidade, vizinhos às obras iniciadas em 2007.
Líderes comunitários, moradores, funcionários da prefeitura e conselheiros tutelares afirmam que "dezenas de mulheres" -muitas delas, adolescentes- engravidaram durante os três anos em que cerca de 4.000 operários permaneceram no local (em todo o trecho sul, foram 11 mil empregados diretos).
"Foram muitas crianças órfãs, porque o pai sumiu e retornou para seus familiares", diz Evaldo Carvalho, 43, líder comunitário do Parque Los Angeles.

"PAI DE ONZE"

O município não tem o levantamento dos casos. Porém, em 2008, com os alojamentos já apinhados de operários, houve aumento de 31% no total de grávidas na cidade -e de 61% de gestantes com menos de 20 anos.
Em quatro das cinco unidades de saúde que atendem bairros do entorno da obra, houve aumentos de 40% a 82% -e de 73% a 91% no caso de gestantes adolescentes.
A prefeitura ressalta que, como houve aumento também em regiões distantes da obra, "não é possível concluir categoricamente que houve aumento significativo dessas ocorrências por causa dos relacionamentos fortuitos de operários do Rodoanel com as mulheres da região".
Nos cinco dias em que percorreu a região, a Folha conversou com seis mães, além de parentes e vizinhos de outras nove -total de 15 casos.
Um conselheiro tutelar que pede para não ser identificado confirma que foram "dezenas" -fora os casos que não chegaram ao conselho e os das maiores de idade.
No setor da conselheira Érica Santana, foram cinco adolescentes, entre 15 e 17 anos -além de denúncias de que um operário engravidou 11 meninas no bairro Areião.

Documentário "Cortina de Fumaça"


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhCmGpvRB5dMHSh6I7RWUTJg2T5dZ6ta1V5vkZlx-_Een0nm99XNUQqVw8sgqmFytt-cRyM95zHw_o2efhUpzGYYWIqiD2pxt4f2WrBDYmQYRDXdAExuelxGPglLX6vPEF9VwRtjVZbthM/s400/cartaz_cortina.jpg

Sinopse dos produtores:

Um documentário ousado sobre um tema polêmico que interessa a todos e que precisa ser debatido de forma honesta; a política de drogas no Brasil e no mundo, baseada na proibição de determinadas práticas relacionadas a algumas substâncias, precisa ser repensada porque muitas de suas conseqüências diretas, como a violência e a corrupção por exemplo, atingiram níveis inaceitáveis.

“O modelo atual de política de repressão às drogas está firmemente arraigado em preconceitos, temores e visões ideológicas. O tema se transformou em um tabu que inibe o debate público por sua identificação com o crime, bloqueia a informação e confina os consumidores de drogas em círculos fechados, onde se tornam ainda mais vulneráveis à ação do crime organizado”. Relatório da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia (2009).

O documentário traz informação fundamentada para o grande público através de depoimentos nacionais e internacionais. Além do Brasil, o diretor Rodrigo Mac Niven gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos; visitou feiras e congressos internacionais, hospitais, prisões e instituições para conversar com médicos, neurocientistas, psiquiatras, policiais, advogados, juízes de direito, pesquisadores e representantes de movimentos civis.

Site Oficial

















Livro "O medo na cidade do Rio de Janeiro"

http://www.speculum.art.br/modules/literatura/images/medo_dos_males

Vera Malaguti, socióloga e secretária geral do Instituto Carioca de Criminologia (ICC), em sua tese que virou livro: O medo na cidade do Rio de Janeiro: dois tempos de uma história, trabalha o imaginário do medo no Rio de Janeiro em duas conjunturas: a história do medo na corte imperial e uma onda contemporânea de pânico na cidade. No império o período em que ocorreu a Revolta dos Malês na Bahia em 1835, e no século XX a conjuntura a partir das campanhas eleitorais de 92/94, nas políticas de segurança e nos discursos de medo presentes no cotidiano dos cariocas.
Segundo Vera, nas eleições de 92 os cariocas votaram com medo. Os adversários políticos da candidata Benedita da Silva chamaram os arrastões nas praias da Zona Sul do Rio de os “arrastões da Benedita” – e diziam que se Benedita ganhasse o caos seria implantado. Os meios de comunicação ajudaram os conservadores a trabalhar a idéia do medo no eleitorado sobre arrastões feitos por jovens negros e pobres das favelas.
Acontecimentos que governos trabalham com a difusão do medo como processo de funcionamento instigador que justifica políticas autoritárias de controle econômico, político ou social. Os meios de comunicação de massa, principalmente a televisão, são considerados hoje fundamentais para a prática do poder do sistema penal, seja através dos novos seriados, da fabricação de realidade para produzir indignação moral ou pela construção de estereótipo do criminoso.
O Medo no Século XIX
Em janeiro de 1835, centenas de escravos ocuparam as ruas de Salvador na Bahia, liderados por malês – escravos africanos muçulmanos – enfrentando tropas armadas. Foi uma rebelião organizada com grande quantidade de escravos envolvidos. Os alvos eram somente os militares, excetuando-se civis e propriedade privada, e que resultou em dezenas de mortes, prisões, açoitamentos, deportação e mesmo penas de morte como o fuzilamento. O episódio resultou num dos maiores processos contra escravos da história das Américas. Esta insurreição foi uma das causa da onda de medo que agitou o Império.
A ocupação dos espaços públicos pelas classes dominadas produz fantasias de pânico do ‘caos social’, que se baseiam nas matrizes constitutivas da nossa formação ideológica.
Em 1849, o Rio de Janeiro tinha a maior população escrava urbana das Américas. A preocupação com a segurança se dava em todos os níveis. A partir da Revolta dos Malês, desenvolveu-se uma paranóia de defesa da propriedade. Os meios de difusão do medo eram a imprensa, o teatro religioso, as gravuras e a pregação nas igrejas.
O importante aqui na história do medo nos dois tempos, não é o que os discursos, mensagens e representações proclamam, mas principalmente o que escondem. No Brasil, a propagação do medo do caos e da desordem tem sempre servido para produzir estratégias para neutralizar e disciplinar o povo. O medo é a porta de entrada para políticas autoritárias e genocidas de controle social. Sigmund Freud dizia que a sociedade moderna passou a limitar a liberdade em nome da segurança.
Na sociedade brasileira a chegada do negro estremeceu a segurança cotidiana dos brancos. O negro seria a síntese da sujeira, insegurança, causador da impureza e desordem social, motivo para uma nova ordem ser introduzida.
O Medo Hoje
Nos dias atuais, os atos contra impureza dão-se em ações punitivas contra moradores da ruas, vagabundos, ociosos e a busca da ordem urbana contra camelôs, flanelinhas e mendigos pois estão fora de um mundo estético desejado e produzem mal-estar e insegurança. Para deter os indesejados marginais, encarcera-os. Encarcerando-os aumenta a indústria prisional, a polícia, os tribunais, os advogados, os equipamento prisionais. Mas se aumenta a população carcerária é porque aumentou o número dos desempregados, ou seja, os que não podem mais consumir e ter vida social.
Na cultura do narcisismo que vivemos, sempre segundo Vera Malagute, a sociedade do espetáculo exalta a individualidade, o que nos impede de enxergarmos o outro. As pessoas se sentem desamparadas e isto produz perturbações na alma e ao mesmo tempo a demanda e a oferta por drogas legais e ilegais é imensa. Como as drogas alteram estados da consciência são poderosas e mágicas frente ao terror e ao desamparo do indivíduo entregue a própria sorte. Na pós-modernidade a incerteza é um estilo de vida.
Há uma tendência para criminalizar o precário, deslocando tudo o que é público para o penal, um exemplo foi a operação “tolerância zero” em Nova York ao criminalizar pequenos delitos geralmente associados a pobreza: prisões de mendigos, bêbados, limpadores de pára-brisa, prostitutas. Em São Paulo preparou-se uma operação no estilo prendendo a população de rua. Prisões são fábricas de exclusão, e para o Estado, técnicas de obediência obrigatória que podem funcionar contra as multidões crescentes de desempregados é a construção de um gigantesco sistema penal.
Para se entender os direitos humanos no Brasil hoje, a socióloga defende que, antes, deve-se entender os efeitos históricos da instauração de um regime escravocrata e a implantação de um sistema penal do Estado Imperial de homicídio, mutilação e tortura da população afro-brasileira.
“No discurso de hoje, dizer que a juventude pobre é suja, imoral, vadia e perigosa formam o controle social no Brasil e informa o imaginário social para as explicações do problema da violência urbana”, afirma Vera.
A sociedade torna legítima a violência policial se a vítima é um suposto traficante. O mercado de drogas ilícitas favoreceu argumentos para uma política de violação dos direitos humanos contra jovens negros e pobres das favelas cariocas. Para muitos o discurso e as políticas de lei e ordem é produzida para justificar tortura e execuções de negros e pobres.
Quando o Papa João Paulo II esteve no Rio de Janeiro em 1997, foram mortos doze suspeitos. Os meios de comunicação não deram manchetes deste fato e o mesmo também se repetiu com execuções dos suspeitos do caso do assassinato do jornalista Tim Lopes.
A mídia preocupou-se com a queima de arquivo dos suspeitos, do que com as execuções em si. A divulgação pela mídia de imagens do terror produz políticas violentas de controle social. Nos dias atuais no Brasil milhões de pessoas não têm sequer certidão de nascimento ou carteira de identidade. Se estes são mortos por grupos de extermínio, nem são considerados desaparecidos, porque não existem juridicamente, são os desaparecidos de nascença.
Cidades Partidas
Existem pessoas partidárias do conceito do Rio de Janeiro como a “cidade partida” em que no contraponto estão favela e asfalto. Numa vigora a lei, na outra a mídia dá manchetes sobre favelas como lugares onde o império do terror domina, império do caos, a ameaça das favelas ao asfalto.
Discursos midiáticos que se referem a favela como lugar do mal são muitos. O governo precisa que a população sinta medo para levar a cabo suas políticas de controle social nas favelas ou nas prisões, herança escravocrata que aniquila pelo corpo e alma outros impuros.
Uma questão de invasão que causou estranhamento nos freqüentadores e trabalhadores em um shopping da Zona Sul do Rio, o Rio Sul em 2000, foi quando integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) foram passear no shopping. Para muitos, aquelas pessoas foram consideradas empecilho à higiene, limpeza e a ordem que vai contra os princípios da estética do shopping. Aqueles sem-tetos causaram mal-estar, angústia, apreensão, constrangimento e medo. Os comerciantes tiveram prejuízos no dia.
Na década de 1830 o Rio de Janeiro tinha aproximadamente cerca de 125.000 habitantes sendo que 44,4% eram de escravos. O Rio era considerada uma cidade africana.
Ainda assim, lembra a pesquisadora, o medo branco das insurreições escravas em 1835 faz com que seja editada uma lei de pena de morte para qualquer delito escravo contra o senhor, o feitor ou seus familiares.
Leis municipais puniam comerciantes com multa e prisão caso permitissem que um negro demorasse mais tempo que o necessário para as compras no estabelecimento. Batuques e algazarras eram punidos com prisão. O número de açoites era conforme a idade e robustez do escravo. Alugar uma casa a escravo: oito dias de prisão. Uma senhora podia costurar a língua da escrava com o lábio inferior.
Instalado Dom João e família, criou-se no Rio de Janeiro a Guarda Real de Polícia encarregada de manter a ordem e perseguir criminosos. Para fazer parte da guarda, o requisitos necessários dos candidatos eram que fossem pobres e com fama de violentos. A guarda usava métodos de terror e brutalidade em plena praça pública como surrar um suspeito (escravo) fazendo com que as carnes deste descascassem antes mesmos deste ser julgado. Em 1850, 65% das detenções eram por ofensas públicas e não crimes, nesta época o açoite sai da rua e vai para a prisão em um processo modernização do sistema de repressão.
Tecnologia e medo
A revolução tecnológica do século XX abriu caminho para uma nova etapa de poder da globalização. O poder público precisa mais do que um discurso político, precisa também das agências de comunicação. Políticos não pautam, são pautados. Vera cita em sua tese diversas falas do seu marido Nilo Batista que foi secretário de Polícia Civil de Justiça e vice-governador o Rio de Janeiro de Leonel Brizola (1990-1994): “Nunca sabemos se, em nossas pequenas transgressões diárias, teremos alguma câmara escondida”, daquilo que Batista denunciou como a maior delegacia de polícia do Brasil, o Jornal Nacional.
Vera destaca em um capítulo do livro a medicina do século XIX, principalmente da década de 30, investimentos em higiene pública e maior demanda da polícia sanitária cujo alvo era a população das cidades. Preocupação com ruas cheias de africanos e medo, fezes à deriva, sujeira por toda parte. Para os brancos, os africanos eram tão perigosos quanto as doenças endêmicas.
Artigos da época ressaltavam como era perigoso entregar bebês às amas-de-leite negras para o aleitamento já que, de acordo com a inteligência médica, através do peito das negras as crianças brancas sugavam todo tipo de vícios. Muitos senhores de escravos jogavam fora nas ruas e praças seus escravos doentes agonizantes e nus tal como jogavam lixo. Eram tantos mortos nas ruas que os viajantes estrangeiros não precavidos que chegavam à cidade ficavam horrorizados. Hoje traficantes-favelados-negros mortos pela polícia têm os corpos amontoados nas lixeiras da cidade e em carrinhos de mão, tudo televisionado.

Zuleide de Lemos
___________
O Medo na cidade do Rio de Janeiro: Dois tempos de uma história
Vera Malaguti Batista
Ed. Revan
Rio de Janeiro, 2003

Livro "Difíceis Ganhos Fáceis Drogas e Juventude Pobre no Rio de Janeiro"

http://i.s8.com.br/images/books/cover/img5/214635_4.jpg



http://tdvproducoes.com/virusplanetario/wp-content/uploads/2010/12/vera21.jpg De maneira clara e focada, Vera Malaguti ilumina a questão do envolvimento da JUVENTUDE POBRE e o tráfico de DROGAS. A autora expõe as diferenças entre repressão ao jovem de classe média e ao jovem menos favorecido, afirma que a destruição das estruturas previdenciárias só tende a incrementar o já tão congestionado Estado penal. Deixa claro que a droga é utilizada como conforto para os jovens excluídos da sociedade neoliberal, e a necessidade de manter este vício aliada à já existente criminalização garante a introdução desse jovem no mundo do crime. Faz referência aos projetos de descriminalização dos usuários, que transferem toda a responsabilidade para os traficantes, o que segundo ela apenas deixa mais enfatizada a criminalização (ela faz uso do conceito demonização) das principais vítimas das injustas regras da sociedade globalizada: a JUVENTUDE POBRE de nossas cidades. Vera Malaguti BATISTA é socióloga, professora / UERJ / Candido Mendes e Secretária geral do Instituo Carioca de Criminologia.

Documentário "Notícias de uma Guerra Particular"

 Documentário "Notícias de uma Guerra Particular"

http://fernandabarbosa.files.wordpress.com/2008/01/guerra-particular.jpg?w=490


A resistência do espectador comum ao documentário como gênero cinematográfico tem privado o público brasileiro de ver, em lojas e locadoras de vídeo, marcos importantes do cinema nacional. Foi por causa dessa falta de mercado consumidor que o seminal “Notícias de uma Guerra Particular” (Brasil, 1999), primeira e mais importante radiografia profunda da questão do tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro, levou seis anos para ganhar a rua. De qualquer forma, a contundência dos depoimentos e a discussão franca, aberta e sem maniqueísmos continuam a fazer do média-metragem um dos melhores títulos brasileiros dos últimos anos.

Trata-se, na verdade, de um filme referencial, desses que impõem modificações ao próprio tratamento do tema a que se filia. O filme de João Moreira Salles e Kátia Lund (que, graças a esse filme, seria co-diretora de “Cidade de Deus” pouco depois) traça um painel do problema do tráfico nas favelas cariocas enfocando o problema com uma abordagem original: o tráfico seria uma espécie diferente de guerra urbana, travada entre policiais e traficantes, tendo no meio do fogo cruzado os moradores mais humilde e socialmente excluídos. Os dois cineastas levaram dois anos (1997 e 98) garimpando depoimentos dos três lados e editando-os, sem preferências ou tomadas de posição.

Desse esforço ímpar de ouvir todos os lados da questão de maneira eqüidistante, emergem alguns depoimentos impressionantes, como o de um menino de 10 anos, “soldado” de traficantes do morro Dona Marta, que empilha com naturalidade uma porção de armas pesadas – inclusive um lança-granadas – de uso proibido pela população civil, demonstrando conhecer de cor os modelos, a origem de fabricação e o calibre de cada uma delas, inclusive enumerando detalhes técnicos que passariam despercebidos até a especialistas no assunto.

Outras entrevistas de destaque vêm do capitão Rodrigo Pimentel, jovem e experiente policial militar, que faz o raciocínio sobre a “guerra particular” cujo conceito inspirou o título do filme, e do chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro na época do documentário, Hélio Luz. Com uma franqueza desconcertante, o delegado explica sua tese: a Polícia no Brasil foi feita para ser corrupta e violenta, e não muda porque a elite não deseja mesmo a mudança. “A Polícia foi construída para proteger a elite da multidão de excluídos que vive nos morros, e cumpre essa função com eficiência”, afirma, com o semblante melancólico e desiludido de quem, três meses depois, pediria demissão e sairia da força policial para sempre.

A importância de “Notícias de uma Guerra Particular” vai além do seu mérito cinematográfico, pois comprova que um filme, a rigor uma simples peça de entretenimento, pode extrapolar essa condição e se transformar em item educacional de caráter quase obrigatório. Ao entrar de peito aberto nas favelas e dar voz aos traficantes, às crianças exploradas pelo tráfico, aos moradores que convivem diariamente com a morte, os dois diretores estavam entrando em um território virgem, espécie de Brasil ainda não desbravado pelas forças oficiais ou pelos meios de comunicação.

Na verdade, “Notícias de uma Guerra Particular” abriu a porteira para obras como o livro “Abusado”, de Caco Barcellos, ou o excelente documentário “Ônibus 174”, que aprofundou ainda mais a discussão do tema. Sem o filme de Moreira Salles e Lund, talvez a compreensão do problema do tráfico no Brasil não fosse tão ampla e profunda. Esse mérito inclusive empalidece pequenos problemas estéticos ou técnicos (a trilha sonora repetitiva e às vezes melodramática, a captação deficiente de áudio que deixa certos trechos quase incompreensíveis) que o filme enfrenta e vence sem problemas.

O premiado documentário abre uma coleção da VideoFilmes dedicada a edições especiais de filmes importantes. O disco é duplo e inclui extras saborosos, como um documentário do mestre Eduardo Coutinho na íntegra (“Santa Marta, Duas Semana no Morro”, de 1987, com 56 minutos) e uma faixa de comentário em áudio reunindo os dois diretores, mais Coutinho e Carlos Alberto Mattos. Esses extras estão no disco 1.

No segundo CD, estão as íntegras das entrevistas concedidas por oito personagens, incluindo o então chefe da Polícia Civil do Rio, Hélio Luz, traficantes, ex-chefões do Comando Vermelho e o escritor Paulo Lins (de “Cidade de Deus”). As entrevistas duram entre 15 e 50 minutos cada. O filme, que está no disco 1, tem som Dolby Digital 2.0, formato de tela fullscreen (4×3) e legendas em inglês, francês e espanhol.

- Notícias de uma Guerra Particular (Brasil, 1999)
Direção: João Moreira Salles e Kátia Lund
Documentário
Duração: 57 minutos