Palestra: Bulimia Nervosa

SOCIEDADE PSICANALÍTICA DO RIO DE JANEIRO
 
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Comissão Científica Tem o prazer de convidá-los para a reunião científica: BULIMIA NERVOSA
Palestrante Isabel Gouvêa Vieira - Membro Associado da SPRJ
Coordenador Vera Benchimol - Membro Efetivo e Docente da SPRJ
Data: 03 de Agosto de 2010
Horário: 20:30hs
Local: Sede da SPRJ - Rua Fernandes Guimarães 92, Botafogo
Tels.: 21 2543-4998 / 21 2295-3148

Aberto aos Estudantes e Profissionais de Saúde

Cirurgias Gratuitas de Lábio Leporino e Fenda Palatina

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Novos Paradigmas Para a Psicoterapia - EMDR em Crianças e Adolescentes


 
Palestra:
NOVOS PARADIGMAS
PARA A PSICOTERAPIA:
EMDR em Crianças e Adolescentes
02 de Agosto
2ª Feira - de 19 às 22 Horas
 
“É mais fácil construir uma criança que reparar um adulto.”
 
 Com:
Ana Gómez, MC, LPC.
  • Licensed Professional Counselor (LPC) pelo estado do Arizona;
  • Especialista no tratamento de crianças e adolescentes com histórico de abuso, perda e trauma;
  • Supervisora de estágio clínico no Depto de Psicologia Educacional da Universidade de Northern Arizona;
  • Autora de "Dia Ruim... Vá Embora!", sobre trauma e EMDR;
 PÚBLICO:
Aberto a terapeutas infantis, de adolescentes e outros profissionais da área de saúde mental.
Recomendado também para terapeutas de adultos.
 CATEGORIA:
  • Profissionais: R$ 150,00
  • Membros de EMDR Brasil/DELPHOS/ATF: R$ 100,00
  • Estudantes: R$ 60,00
 LOCAL:
Colégio Padre Antônio Vieira - Rua Humaitá, 52 / Humaitá / Rio de Janeiro - RJ.
 INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES:
(21) 2527-1933 www.delphospsic.com.br
delphos@delphospsic.com.br

VIII JORNADA INTERNACIONAL SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
 
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA




VIII  JORNADA INTERNACIONAL SOBRE A VIOLÊNCIA


CONTRA CRIANÇAS

Teoria e Prática


16 e 17 de Setembro de 2010
UERJ – Pavilhão Reitor João Lyra Filho
Auditório 91 – 9º andar


PROGRAMAÇÃO



5ª feira –16 de setembro

9:00h  –Inscrição

9:30h –  Abertura

Profª Dra. Maria Luiza Bustamante P. de Sá-– Chefe do SPA da UERJ e Coordenadora do Projeto de Capacitação  e treinamento para o trabalho com crianças vítimas de  Violência


            10:00h –“O incesto e suas dimensões

Cláudio Cohen –Prof.Dr. Departamento de Medicina Legal, Ética Médica, Medicina Social e do Trabalho da FMUSP e Coordenador do Cearas.


11:30h – Perguntas

12:00h –ALMOÇO


13:00h – “O Incesto - Aspectos legais e psicanalíticos”


Prof. Dr. Jorge Volnovich
Psiquiatra e Psicanalista

Profª Drª.Josaida Gondar
IFCS

14:30h – Apresentação de Banners(no horário da apresentação, os respectivos autores deverão estar ao lado de suas produções)

                   -- Coffee Break


15:00h – “Incesto e os Crimes Sexuais”

Prof. Dr. Carlos Raymundo Cardoso - Des. TJ/RJ aposentado

Prof.ª Drª. Maria Luiza Bustamante P. de Sá – Chefe do SPA da UERJ e Coordenadora do Projeto  e Treinamento para o trabalho com crianças vítimas de  Violência


16:30h – Perguntas

17:00h –Encerramento


Sexta –Feira - 17 de setembro

9:00h –  Abertura

9:30h - “Incesto, Fatrias e Subjetividades”

Prof. Dr. Joel Birman – Psicanalista

Profª. Drª. Maria Izabel O. Szpancenkoff
Psicóloga, Psicanalista e Pesquisadora

Profª. Drª. Maria Thereza Costa Barros
Psicanalista EBEPI

11:30h – Perguntas

12:00h–  ALMOÇO

13:00h – “Aspectos legais que envolvem o incesto, a fatria e as novas formas de organizações familiares”

Prof° Dr° Antonio Carlos Oliveira -Psicólogo da PUC-RJ
Maria Inês Pandeló - Deputada Estadual 

14:30h – Apresentação de Banners (no horário da apresentação, os respectivos autores deverão estar ao lado de suas produções)

                    -- Coffee Break


15:00h – “ Atedimento ao Incesto: trocando experiências”


Paula Mancini Ribeiro – psicanalista e coordenadora do NAV(Núcleo de Atenção à Violência)

Hermelinda Leitão de Almeida
Psicóloga

Profª. Esp. Patrícia M. de Azevedo
Psicóloga


16:00h  – Perguntas

17:00h – Encerramento


Controle emocional pode elevar nível de tensão, prejudicando a saúde física e mental

Controle emocional pode elevar nível de tensão, prejudicando a saúde física e mental


 
IRENE RUBERTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


 
A sensação de calor percorre o corpo, o coração dispara, a mente fica confusa: ataque de raiva a caminho.
Manter esse tipo de emoção sob controle é visto como sinal de equilíbrio. Mas novos estudos apontam que evitar a explosão pode fazer mal, tornando a pessoa mais tensa e fechada.
Marcelo Justo/Folhapress
Na contramão do tão valorizado "controle emocional", pesquisas e especialistas defendem direito de todo mortal a um dia de fúria
Na contramão do tão valorizado "controle emocional", especialistas defendem direito de todo mortal a um dia de fúria
Pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, entrevistaram jovens que estavam entrando na faculdade. Concluíram que os que receberam maiores notas por suprimir emoções tinham mais dificuldade para fazer amigos.
Em outro estudo, pessoas instruídas a demonstrar indiferença ao comentar um documentário sobre bombardeios não conseguiam disfarçar a tensão nas conversas. De acordo com o estudo, as pessoas desenvolvem estratégias para controlar o que expressam, e essas técnicas se tornam subconscientes.
Não esconder a raiva pode até ajudar no desenvolvimento profissional, dizem os pesquisadores. Só uma explosão pode ser capaz de demonstrar, em alguns casos, o quanto se foi ofendido.
"Às vezes, é preciso mostrar o grau de absurdo de uma situação reagindo com espanto. Mostrar que se está perdendo o controle é um caminho para o outro perceber que limites foram invadidos", diz a psicóloga e psicoterapeuta Suely Mizumoto.
Não significa transformar o "rodar a baiana" em padrão. "É preciso usar a tonalidade emocional certa para se fazer entender: o importante não é o que é dito, mas como é dito", afirma Mizumoto.
Fazer uso constante dos mecanismos de controle emocional eleva o nível de tensão, que se manifesta em dores, estresse ou são base de doenças psicossomáticas.
"Sempre que não damos vazão às emoções e sentimentos, não temos vida plena. Há um colapso -e o termo é esse mesmo- do nosso equilíbrio", afirma Elko Perissinotti, coordenador do grupo de resiliência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
A pessoa vai aos poucos se descaracterizando, por não lidar com conflitos e nunca discordar, diz Mizumoto. "O indivíduo pode chegar à depressão, fica triste com ele mesmo ao não revidar."
Qualquer posicionamento pode, por vezes, ser experimentado como oposição. "Isso obriga aquela pessoa que sente muita necessidade de se sentir aceita, a estar em constante posição de uma concordância aparente. Torna-se falsa para si mesma."
Às vezes, o ataque de fúria é desproporcional à situação que o causou porque foi alimentado por fatos anteriores, acumulados.
A auxiliar administrativa Marisa Massetti, 52, diz que prefere explodir a engolir sapo. "Até os 30, não era assim. Com o passar dos anos e os problemas que surgiram, aprendi a me defender."
Ela diz que procura sempre expor seu ponto de vista e conversar, mas, se for preciso, "arma um barraco".
"Reprimir a raiva causa um mal danado", afirma Vera Martins, mestre em comunicação e especialista em medicina comportamental.
Segundo ela, a pior forma de manejar emoções negativas é engolindo sapos. A reação ideal é a assertiva, que pode ser atrapalhada pelo medo. Medo de magoar os outros, criar conflitos, perder o emprego, por exemplo.
O trabalho é o ambiente mais fértil para que a explosão germine. "É o local onde a pessoa se sente mais ameaçada, cobrada", diz Vera, que dá consultoria de desenvolvimento em empresas.
A consultora fez uma pesquisa com 220 funcionários e detectou que 48% reagem de maneira defensiva: ou engolem sapos, ou são agressivos ou são dissimulados. "O problema é tomar decisões sob o efeito exclusivo da raiva, a pessoa se torna vulnerável."
Um estudo de Harvard mostra que a raiva pode ser benéfica para a carreira. Os empregados que não hesitam em defender seus pontos de vista são respeitados e lembrados para promoções.
Mas o resultado só é positivo se houver assertividade: acesso descontrolado de fúria não tem o mesmo efeito. 

Editoria de Arte/Folhapress








FÚRIA CALCULADA
A modelo gaúcha Aline Garcia, 20, diz que não se deixa intimidar pelas pressões do mundo da moda. "O cliente fala o que ele espera de um trabalho, mas eu sempre digo o que eu penso", afirma.
"É preciso se expressar, sim, mas não se deve ficar calculando as reações. À medida que vamos ganhando maturidade, mais automatizada estará a expressão dos sentimentos", diz o psiquiatra Perissinotti, do HC.
O ser humano fica mais capacitado a controlar seus impulsos e suprimir suas emoções à medida que cresce.
Crianças usam as mãos para esconder um sorriso, mas um adulto consegue disfarçar suas expressões.
Também é possível escolher as emoções, prestando atenção a um elogio e ignorando uma crítica. Estudo da Universidade de Brandeis descobriu que pessoas com mais de 55 anos têm mais facilidade do que jovens para focar imagens positivas quando estão de mau humor.
Perissinotti diz que quanto maior a percepção da realidade, maior a flexibilidade para lidar com confrontos.
"Todas as pessoas buscam independência, liberdade e felicidade, mas é preciso se conformar com uma pequena cota de cada; quem não se dá conta de que as três condições não existem em plenitude acaba se decepcionando."

Não ter amigos é tão perigoso como fumar ou consumir álcool em excesso

Não ter amigos é tão perigoso como fumar ou consumir álcool em excesso

Washington, 27 jul (EFE).- Não ter amigos pode ser tão perigoso para a saúde como fumar ou consumir álcool em excesso, diz um estudo de cientistas americanos publicado hoje no site da revista "PLoS Medicine".
Os especialistas asseguram que o isolamento é ruim para a saúde e, no entanto, esta é uma tendência cada vez maior em um mundo industrializado no qual "a quantidade e a qualidade das relações sociais estão diminuindo enormemente".
Estudos prévios demonstraram que as pessoas com menos relações sociais morrem antes daqueles que se relacionam mais com amigos, conhecidos e parentes.
Por isso, preocupados com o aumento de pessoas que se relacionam menos com as outras, os cientistas analisaram como um isolamento excessivo pode afetar a saúde.
Para isso, os pesquisadores recorreram a 148 estudos prévios com dados sobre a mortalidade de indivíduos em função de suas relações sociais.
Após analisar os dados de 308.849 indivíduos acompanhados durante uma média de 7,5 anos, os cientistas descobriram que as pessoas com mais relações sociais têm 50% mais chances de sobrevivência do que quem se relaciona menos com outras pessoas.
Segundo os especialistas da Universidade Brigham Young, do estado do Utah, e do Departamento de Epidemiologia da Universidade da Carolina do Norte que participaram do estudo, a importância de ter uma boa rede de amigos e boas relações familiares "é comparável a deixar de fumar e supera muitos fatores de risco como a obesidade e a inatividade física".
Estes resultados também revelam que, analisando a idade, o sexo ou a condição de saúde do indivíduo, a integração social pode ser outro fator levado em conta na hora de avaliar o risco de morte do indivíduo.
"A medicina contemporânea poderia se beneficiar do reconhecimento de que as relações sociais influem nos resultados de saúde dos adultos", apontam os responsáveis pelo estudo, para quem médicos e educadores poderiam advertir sobre a importância da relações sociais da mesma forma que defendem o antitabagismo, uma dieta saudável e a realização de exercícios.
 

Filme em DVD Onde Vivem os Monstros

"Onde vivem os monstros" (Spike Jonze, 2009)

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Max é um menino americano aparentemente comum, de oito ou nove anos. Vive numa típica casa de madeira de subúrbio dos EUA, com a mãe batalhadora e divorciada, e a irmã adolescente. Engenhoso, constrói iglus defronte à casa, e fortalezas imaginárias em seu quarto. Energético e passional, alterna momentos de euforia com irritação descontrolada, na qual extravasa a inadaptação perante o exterior. Numa das crises, acionada pelo ciúme diante do novo namorado materno, Max faz birra, sobe na mesa, enerva-se, morde a mãe e foge momentaneamente de casa, escondendo-se num bosque próximo. Nesse ponto, o foco narrativo passa integralmente ao menino, o realismo mágico domina a obra e a história transporta-se para uma ilha prodigiosa povoada por uma comunidade de monstros falantes e emotivos. A criança-protagonista "atravessa" o espelho, partindo para a terra encantada, à semelhança do que ocorre em "Alice no País das Maravilhas", "O Mágico de Oz" ou "Peter Pan", que definem a super-estrutura em que se inscreve "Onde vivem os monstros".

Na ilha, o garoto se destaca com a sua capacidade de contar histórias e graças a ela é aclamado rei, organiza as brincadeiras e comanda a construção de uma colossal fortaleza de pedra e madeira, concretizando os sonhos. Os monstros do título, uma meia-dúzia no total, caracterizam-se por personagens de mentalidade infantil, mais ou menos da mesma idade que o protagonista. Porém, são gigantes, perigosos, desengonçados e cabeçudos, qualidades que remetem à nossa Cuca --- aquela, do sítio do Picapau Amarelo. Monstros ora ameaçadores ora mimosos, mas com personalidade e até certa dramaticidade.


Jonze foi feliz em representar os monstros em cena mediante atores fantasiados, reservando à computação gráfica a função de acentuar as expressões faciais e viabilizar os movimentos mais acrobáticos: saltos, cambalhotas, destruição de árvores etc. A hibridização entre pessoas vestidas de monstro e efeitos digitais assegurou tanto o realismo nas interações com Max, quanto o gigantismo e extravagância das criaturas.


Dentro desse mundo imaginário, as inquietações e emoções da criança afloram por meio dos monstros: entusiasmo, alegria, vontade de bagunçar, criatividade, industriosidade, inadaptação, incompreensão, baixa autoestima, carência afetiva. Todos os monstros, na sua polifonia, constituem a consciência conturbada de Max, que tenta entender-se e entender o mundo. É notável como, na maior parte do tempo, a linguagem e o universo criados por Max não são exibidos de maneira simplória ou frívola. Pelo contrário, o filme realça a exuberância de signos e conteúdos produzida pela mente da criança.


Um dos bichos-papões, chamado Carol, assume o papel de duplo de Max, com os mesmos sintomas do descontrole emocional e da dificuldade em se comunicar. Com Carol, a introspecção criativa de Max ganha estatuto dialógico e permite que ele literalmente lide com os seus monstros internos. Assim, a relação especial entre Max e Carol, em meio à turminha aberrante, torna-se o núcleo da ação dramática. Esse vínculo oscilante, ao resolver-se, também significará o apaziguamento existencial do menino. Aquietado, Max desliga a linguagem fantástica e volta para casa, não sem enorme saudade desse mundo monstruoso, com todos os seus problemas. Isso se reflete na seqüência sentimental em que ele se despede dos "novos amigos" e a narrativa cinematográfica retorna à formatação de realidade da primeira parte do filme.


O filme põe em questão o tema da infância como a busca do ser humano pela linguagem. É na infância, quando a criança começa a articular uma realidade que excede sobremaneira a sua compreensão, que a linguagem irrompe do magma das sensações e afecções. A turma de monstros e toda a aventura dramática de Max se desenvolvem como uma jornada de estruturação do mundo, navegação em direção aos outros, à realidade social, à comunicação. Com a força do fantástico, a criança pode interpretar e vivenciar o mundo sempre imperfeito, despido de conto-de-fadas, com as suas situações em geral menos satisfatórias do que se espera.


É curioso como, antes do início da película, passaram trailers de filmes infantis da Disney. Como se a obra de Spike Jonze tivesse por público-alvo somente os pequenos. Tem sim, mas não no sentido de dirigir-se às pessoas de até doze anos. O público-alvo, na verdade, é a criança em cada um de nós. Criança, por conseguinte, não no sentido cronológico, como uma etapa com final definitivo em certo momento do passado, criança que um dia se tornou o adulto que somos... e desapareceu. Mas sim a criança que continua viva, desenvolvendo-se, permanentemente "acriançando-se" em nós mesmos. É ao nosso coração de menino ou de menina, a quem o filme se dirige. E talvez nele se diga que essa criança pode desentranhar onde vivem os monstros, e fazer as pazes com eles.


Portanto, "Onde vivem os monstros" insta-nos ao encontro entre o adulto e a criança, e convida a banhar-nos na infância que persiste como força dentro de cada um, na sua recodificação do mundo, na sua imaginação transbordante, naquela maneira simultaneamente ingênua e certeira de analisar os acontecimentos.


Ao final, o filme me levou a recordar o livro "Discurso do Urso", do argentino Júlio Cortázar, mas também o conceito de "devir-criança", do filósofo Gilles Deleuze. Em "Discurso do Urso", tem-se uma narrativa divertida de temática e linguagem infantis, mas que é vigorosa poesia para adultos, graças a sua expressão metafórica. Já no conceito de devir-criança, trata-se de apontar, nas palavras do pensador francês, "uma criança que coexiste conosco sobre uma linha de fuga que nos faz viajar, todos os dois.". Esses dois sentidos perpassam a nova obra de Jonze e são caminhos para a sua interpretação.


Não é, portanto, como se escreveu por aí, somente um filme "cool", com a grife de um "diretor da moda", nem uma narrativa meramente infantil, na acepção de voltar-se somente aos pequenos. "Onde vivem os monstros" possui muita riqueza, verdadeiramente, pois, além de impecável no domínio dos elementos formais e de grande originalidade estilística, é um filme fecundo na reflexão sobre a infância que nos constitui, continuamente, como seres humanos.


Filme Paranoide Park

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Alex (Gabe Nevins) é um jovem de 16 anos que namora Jennifer (Taylor Momsen) e tem Jared (Jake Miller) como seu melhor amigo. Um dia, ele e Jared vão a Paranoid Park, o paraíso dos skatistas, e combinam de voltar ao local no sábado à noite. De última hora, Jared precisa viajar e Alex decide ir sozinho. Lá, conhece outros skatistas e aceita o convite de um deles para subir em um trem de carga, sem imaginar o problema que teria.
Gênero:  Drama
Tempo:  81 min.
Lançamento:  25 de Jan, 2008
Lançamento DVD:  Jun de 2008
Classificação:  16 anos
Distribuidora:  Imovision


Filme "Elefante"

  FILME "ELEFANTE" 
(Filme Elefante)
ELEFANTE - (HBO Films)




Direção: Gus Van Sant
CRÍTICA: ELEFANTE - Um belo dia de outono, tão belo que não merecia ser ofuscado. Mas mesmo na tranqüilidade de um subúrbio em Portland (no estado norte-americano de Oregon), a latente agressividade humana se sobressai. Elefante, de Gus Van Sant, baseia-se no mesmo argumento que Tiros em Columbine de Michael Moore, o assassinato de 14 jovens e um professor em Columbine High School, em 1999, por dois estudantes. Contudo, esse filme mostra-se diferente da ótima película de Moore. A narrativa parte da perspectiva de alguns alunos, envolvidos de alguma forma na iminente tragédia. A obscuridade da mente confusa dos adolescentes ganha espaço e mostra do que é capaz. Sem apelar para a violência gratuita, ou o sensacionalismo Van Sant, consegue perpetuar na memória de cada espectador as impressões de uma tragédia que chocou e botou em xeque o “American way of life”.
Gênero: Drama
Duração:
81 min.
Ano de Lançamento
(EUA): 2003
Diretor:
Gus Van Sant
Distribuidora:
HBO Films
(Filme Elefante)



Livro "O Lobo Mau do Divã"

"O Lobo Mau no Divã", de Laura James
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Laura James é escritora, jornalista, editora e publica seus textos em vários jornais e revistas americanos.
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Ao escrever "O Lobo Mau no Divã", seu objetivo principal foi falar sobre os problemas de personalidade de uma maneira acessível à população leiga, de modo que pudesse ajudar a diminuir o receio e o preconceito que geralmente são associados aos transtornos emocionais e psicológicos.
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Através da análise de personagens de contos de fada, ela apresenta uma breve descrição de comportamento dos mesmos, analisando seus os sintomas, fazendo o diagóstico, o prognóstico e propondo o tratamento que deveria ser adotado por aquele determinado tipo de paciente.
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E assim, Cinderela foi vista como uma pessoa com "necessidade de aprovação social", o Capitão Gancho foi diagnosticado como portador de um "Transtorno de Personalidade Antissocial" e o Lobo Mau é um "psicopata". Alice foi uma das únicas personagens sem nenhum diagnóstico de transtorno emocional, sendo considerada "normal".
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São dedicadas por volta de quatro páginas para a avaliação de cada personagem. A linguagem utilizada é muito simples e o personagem sempre é analisado a partir do contexto do conto de fadas do qual faz parte e da relação que estabelece com os outros personagens na estória.
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Ao final de cada análise, a autora propõe o que ela chama de "exercício", apresentando características daquele transtorno que acabou de ser descrito, para que o leitor possa identificar se possui em seu convívio alguém com a mesma conduta daquele personagem. É como se fossem ítens para um diagnóstico diferencial direcionado ao público em geral.
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Quanto aos prognósticos e tratamentos, Laura apresenta exemplos de medicações que podem ser introduzidas e sempre indica acompanhamento psicológico com as linhas mais eficazes para cada tipo de paciente.
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Por saber que as doenças mentais causam sofrimento tanto para os pacientes quanto para os familiares, a autora procurou tratar a questão utilizando personagens conhecidos, com o objetivo de minimizar a chance de estigmas e fazer o leitor aprender a reconhecer o que é saudável e o que é insalubre no comportamento humano.
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Não é um livro didático para profissionais da área da saúde mental, embora a leveza e o toque de humor proporcionado pela análise de personagens infantis seja atraente e concretize conceitos que, quando aprofundados, são bem mais abstratos e complexos inclusive para alunos novatos da área.
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O livro destina-se basicamente aos leigos que gostam de Psicologia e Psiquiatria, aos educadores, aos pais e às pessoas que gostam de contos de fadas - por trazer uma nova visão sobre os personagens, seus comportamentos e os valores subjacentes às estorinhas infantis.
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AGENDA CRP- RJ

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Agosto 2010

X Jornada de Psicologia em Cardiologia do 27° Congresso de Cardiologia da SOCERJ

Data: 4 de agosto de 2010
Local: Hotel Intercontinental - Rio de Janeiro.
Informações e inscrições: www.socerj.org.br

Ciclo CREPOP - Diversidade Sexual - Rio das Ostras

Data: 6 de agosto de 2010 – de 9h às 17h
Local: Universidade Federal Fluminense - Pólo Universitário de Rio das Ostras - Endereço: Rua Recife, s/n, Jardim Bela Vista, Rio das Ostras - RJ
Informações: http://www.crprj.org.br/comissoes/politicas-publicas/ciclos-crepop.html

IX Congresso Brasileiro de Terapia Familiar

Encontro Latino Americano de Terapeutas Familiares

Data: 11 a 14 de agosto de 2010
Local: Búzios – Rio de Janeiro
Informações e inscrições:  www.9cbtf.com.br

VI Seminário de Psicologia e Direitos Humanos

Data: 12 e 13 de agosto de 2010
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) - Rua São Francisco Xavier, 524, Maracanã
Informações: eventos@crprj.org.br

Psicocine

Documentário Do luto à luta, de Evaldo Mocarzel

Data: 12 de agosto de 2010 – 19h
Local: subsede Norte Fluminense do CRP-RJ - Rua Treze de Maio, 286, sala 310, Centro – Campos dos Goytacazes (Edifício Medical Center)
Informações: (22) 2728-2057 / subsedecampos@crprj.org.br

II Seminário da Rede de Cuidados da Região Serrana RJ

Psicologia das Emergências e dos Desastres

Data: 18 de agosto de 2010
Local: Laboratório Nacional de Computação Científica – Av. Getúlio Vargas, 333, Quitandinha, Petrópolis – RJ (ao lado do Hotel Quitandinha)
Informações: subsedepetropolis@crprj.org.br / (24) 2243-0834
A programação será divulgada em breve no site do CRP-RJ

Psicocine

Filme Salve geral, de Sérgio Rezende

Data: 19 de agosto de 2010 – 19h
Local: subsede Norte Fluminense do CRP-RJ - Rua Treze de Maio, 286, sala 310, Centro – Campos dos Goytacazes (Edifício Medical Center)
Informações: (22) 2728-2057 / subsedecampos@crprj.org.br

XIV Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional de Psicologia do Esporte

“Psicologia do Esporte: qualidade de vida, ética e desenvolvimento de talentos”

Data: 18 a 21 de agosto de 2010
Local: Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR)
Informações: www.crppr.org.br

IV Seminário Interfaces da Psicologia da UFRuralRJ

Data: 24 a 26 de agosto de 2010 – 9h às 16h30
Local: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Salão Azul do Prédio Central - BR-465, Km 7, Seropédica – RJ
Informações: http://www.ufrrj.br/seminariopsi/2010/index.php

Psicocine

Filme Como nascem os anjos, de Murilo Salles

Data: 26 de agosto de 2010 – 19h
Local: subsede Norte Fluminense do CRP-RJ - Rua Treze de Maio, 286, sala 310, Centro – Campos dos Goytacazes (Edifício Medical Center)
Informações: (22) 2728-2057 / subsedecampos@crprj.org.br

Setembro 2010

III Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão

Data: 03 a 07 de setembro de 2010
Locais: Uninove, Campos Memorial – Rua Adolfo Pinto, 109, Bairro Barra Funda, São Paulo; e Memorial da América Latina – Av. Auro Soares, de moura Andrade, 564, Bairro Barra Funda, São Paulo.
Informações: http://www.cienciaeprofissao.com.br/III/

Congresso de Psicologia Fenomenológico-Existencial FGR

Tédio e Finitude: da Filosofia à Psicologia

Data: 16 a 18 de setembro de 2010
Local: Auditório da Faculdade Pitágoras – Unidade Prudente de Morais, Belho Horizonte - MG
Informações: http://congresso.fgr.org.br/

2º Encontro da Associação Latinoamericana de Estudos Socioculturais do Esporte/ALESDE

Data: 16 a 18 de setembro de 2010
Local: Universidad Nacional Experimental Simon Rodriguez - núcleo de Maracay/Venezuela
Informações: www.alesde.ufpr.br

11º Congresso de Psico-Oncologia e Cuidados Paliativos

Psico-Oncologia: Profissão, Ciência e Arte

Data: 22 a 25 de setembro de 2010
Local: Centro de Convenções do CBC - Rua Visconde Silva, 52, Botafogo, Rio de Janeiro.
Informações e inscrições: www.congressosbpo2010.com.br

IV Encontro de Arte e Saúde Mental

O Paradigma Estético na Clínica de Nise da Silveira

Data: 23 e 24 de setembro de 2010
Local: Teatro Noel Rosa [UERJ] - Rio de Janeiro
Informações e inscrições: espaco.artaud@uol.com

11º Congresso Brasileiro de Psico-Oncologia e IV Encontro Internacional de Cuidados Paliativos em Oncologia

Data: de 23 a 25 de setembro de 2010
Local: Centro de Convenções do CBC - Rio de Janeiro/RJ
Endereço: Rua Visconde de Silva, 52 - Botafogo - Rio de Janeiro
Informações: www.congressosbpo2010.com.br / psico.oncologia@gapcongressos.com.br

1º Congresso de Psicologia Jurídica: uma interface com o direito

Data: 30 de setembro a 2 de outubro de 2010
Local: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais
Informações: http://www.crpmg.org.br/GeraConteudo.asp?materiaID=1073

Outubro 2010

IX Encontro Clio-Psycué

Gênero, Psicologia, História

Data: 27 a 29 de outubro de 2010
Local: Clio-Psyché – Rua São Francisco Xavier, 524, 10º andar, sala 10.120, Bloco F
Informações: http://www.cepuerj.uerj.br/eventos/cliop/cliop.aspx

Novembro 2010

XII Jornadas de Formações Clínicas do Campo Lacaniano - O amor e suas letras

Data: 19 a 21 de novembro de 2010
Local: Universidade Veiga de Almeida - Av. General Felicíssimo Cardoso, 500, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro
Informações: (21) 2286-9225 / 2537-1786 / www.fcclrio.org.br / secretaria@fcclrio.org.br

Governo volta a defender descriminalização do aborto em documento oficial

Governo volta a defender descriminalização do aborto em documento oficial

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 Evandro Éboli
 
BRASÍLIA - Dois meses após ter sido excluída do 3º Programa Nacional dos Direitos Humanos, a descriminalização do aborto voltou a ser defendida oficialmente pelo governo brasileiro. No documento "Consenso de Brasília", resultado da XIª Conferência Regional sobre Mulheres do Caribe e da América Latina, do Cepal, vinculado à ONU, a ministra da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire, defendeu a revisão das leis que prevêem medidas punitivas contra as mulheres que tenham cometido aborto. Esta é uma das 79 ações previstas no texto, incluída no capítulo dos direitos sexuais e reprodutivos. O evento ocorreu em Brasília e ratificou posições de tratados internacionais.
O fim das penas para a mulher que aborta teve apoio de 33 países e a ressalva de três contrários: Estados Unidos, Chile e Costa Rica. Depois de muita polêmica e pressão de vários setores, principalmente da Igreja Católica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou alterações no programa de Direitos Humanos, no início do ano. A defesa de projeto que descriminaliza o aborto foi substituída pelo entendimento de que trata-se de um tema de saúde pública. Como anfitriã do evento, Nilcéa coordenou várias mesas de debate, entre as quais a que discutiu o aborto. A ministra fez uma defesa enfática do fim da punição para essas mulheres e foi elogiada por representantes de entidades não-governamentais.
- A ministra Nilcéa agiu de forma muito corajosa. Na véspera de uma eleição, ela defendeu com muita garra esse compromisso. Existe um conflito dentro de governo, mas de forças desiguais. Tirar esse assunto do papel exige uma grande pressão da sociedade - disse Guacira Oliveira, diretora do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), que acompanhou essa discussão na conferência.
O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara, afirmou que a entidade defende bandeiras históricas dos direitos humanos, mas voltou a criticar a descriminalização do aborto e a inclusão desse artigo no texto da Conferência das Mulheres. Dom Dimas disse que a expressão "revisar leis que prevêem medidas punitivas para mulheres que cometem abortos" significa descriminalizar o que hoje é um crime.
- É aquela história do uso do eufemismo, para não dizer abertamente o que está no cerne da questão. É como falar em interrupção voluntária da gravidez, uma forma menos direta de se chamar o aborto. Virou chavão dizer que a mulher tem direito sobre seu corpo. Mas é uma concepção falaciosa. Um embrião é outro corpo - disse Dom Dimas Lara.
A subsecretaria de Articulação de Institucional da Secretaria Especial das Mulheres, Sônia Malheiros Miguel, afirmou que o fim da punição para mulheres que abortam integra documentos de outras conferências internacionais, como a de Beijing, de 1995, que também foi apoiado pelo governo brasileiro. Para Sônia, condenar a prisão uma mulher que fez um aborto, é fazê-la sofrer duas vezes.
- O governo brasileiro tem uma posição clara, que não se trata de uma questão criminal, mas de saúde pública. Somos contra punições para essas mulheres - disse Sônia Malheiros.
Sobre novas críticas a essa posição da Secretaria de Mulheres, Sônia afirmou que não entenderam o papel do documento "Consenso de Brasília".
- O documento sugere políticas. Não é lei nem no Brasil nem em lugar nenhum do mundo. São posições que devem ser olhadas.
A subsecretária afirmou que revisar as leis pode ter muitos significados, como desde ampliar situação do chamado aborto legal (no Brasil hoje, só em caso de estupro ou risco de morte da gestante) ou até mesmo legalizar essa prática.
- Depende da discussão e vontade de cada sociedade. 

Fonte: O Globo

Difícil Decisão Conheça histórias de famílias que decidiram internar seus parentes em abrigos especiais

   Difícil Decisão

Conheça histórias de famílias que decidiram internar seus parentes em abrigos especiais


Por Priscila Sampaio Fotos: Hélio Norio

Paciente em oficina terapêutica

A decisão de colocar os filhos ou algum parente com deficiência intelectual em abrigos com atendimento especializado é o melhor caminho para o seu desenvolvimento? Para os familiares, essa é uma pergunta difícil de responder. Como dizer para uma mãe que teve quatro filhos com déficit intelectual que é necessário interná-los? Além disso, qual seria a razão de não conviver com o irmão que precisa de cuidados especiais e atenção? Nessa reportagem, trouxemos histórias que mostram a realidade de famílias que tiveram de lidar com o impasse.
De acordo com o Censo 2000 do IBGE, há quase 2,9 milhões de pessoas com déficit intelectual no Brasil. Dentro desse número estão Eliete, João, Edson e Regiane, filhos de Dionísia Santos. Das seis crianças que teve, quatro nasceram com a deficiência em razão de um problema congênito.
Dionísia veio da Bahia para São Paulo em 1973, ano em que Eliete - a primeira filha a apresentar o déficit - nasceu. Como na época pouco se falava em deficiência, nenhuma das crianças fez o teste do pezinho ou qualquer outro exame que pudesse diagnosticar o problema. No caso de Eliete, Dionísia percebeu que havia algo de errado, pois a menina começou a se sentar apenas aos sete meses de vida, além de ter um jeito diferente de olhar para os pais. "Eu não sabia o que ela tinha. Os médicos mal olhavam para minha filha. Então, conformava-me em pensar que Deus quis assim."
Com os outros três filhos a situação foi a mesma. Pela difi- culdade em obter atendimento médico especializado, após o nascimento de João, Dionísia resolveu fazer ligadura de trompas. Porém, não conseguiu vaga na rede pública para realizar a operação, então, vieram Edson e Regiane. Somente no início dos anos 80, ela finalmente fez os exames nos quatro filhos, no qual foi constatada deficiência intelectual com nível severo.

A decisão
Após a confirmação, a mãe passou a ser dedicar inteiramente a seus filhos. Em 1982, quando Eliete tinha 9 anos, João 8, Edson 3 e Regiane 2, o deputado Mantelli Neves e sua esposa Terezinha, assistente social, se interessaram pelo caso de Dionísia e tentaram mostrá-la a necessidade de interná-los em um abrigo. Logo veio a recusa: "Eu falei à dona Terezinha que meus filhos não tinham cura e não iria me separar deles. Achava que seria traição e abandono interná-los. Para mim, filhos com problemas são os drogados ou com má conduta", desabafa emocionada.

A assistente social insistiu na ideia da internação porque as crianças precisavam de atendimento médico assistido. Como a saúde deles estava muito frágil, em novembro do mesmo ano, a mãe decidiu levá-los a Casas André Luiz, uma instituição filantrópica. "Aquele dia foi uma tortura. Ouvia os gritos de cada um deles e comecei a chorar. A casa virou um verdadeiro deserto sem meus filhos. Entrei em desespero", desabafa. Dionísia só pôde visitá-los depois de 20 dias de internação. Desde então, ela não passou um final de semana sem vê-los nesses 28 anos que moram no abrigo. "Todos os sábados, brinco com eles, faço uma prece antes de ir embora e me despeço de cada um com o coração partido", lembra.
Ao ser questionada se foi a melhor decisão que tomou, ela afirma que sim, especialmente em razão das condições financeiras, uma vez que, na Casas André Luiz, seus filhos têm atendimento médico integral.

A nova casa
A Casas André Luiz, de Guarulhos (SP), é uma das instituições especializadas em atender pessoas com deficiência intelectual. Há 60 anos, ela possui o regime de internato e, hoje, conta com 610 assistidos que recebem tratamento multidisciplinar. Para garantir assistência de qualidade, disponibiliza um complexo hospitalar com pequena UTI, atendimento de enfermaria e equipe para reabilitação, com fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas.

"Para mim, filhos com problemas são os drogados ou com má conduta."
Dionísia Santos
De acordo com Regiane Souza, assistente social da casa, o principal motivo das famílias buscarem o abrigamento é a falta de recursos financeiros, assistência médica e conhecimento para lidar com o assunto. Além disso, na maioria dos casos, a pessoa com deficiência intelectual precisa de cuidados específicos, que faltam na rede pública. "Os parentes têm pouco conhecimento sobre a deficiência e, por isso, não sabem agir em determinadas situações, como as que envolvem sexualidade, que podem causar constrangimento".


A instituição também recebe pacientes que sofreram negligência ou maus-tratos por parte da família. Esses casos normalmente chegam por ordem judicial do Ministério Público da Infância e Juventude, e a família perde o direito de ficar com o ente. O envelhecimento dos pais é outro fator que leva a pessoa com deficiência intelectual aos abrigos.

Para conseguir uma vaga
A entidade Casas André Luiz só abriga pessoas com deficiência intelectual grave, atestada por laudo médico, e após análise da real necessidade de internação, feita com visita domiciliar para a comprovação de que a família é incapaz de oferecer condições de cuidados. O custo de cada assistido para a instituição é de, aproximadamente, R$ 2,5 mil por mês, pagos com doações de empresas e de familiares - que, geralmente, cedem à instituição o benefício assistencial de um salário mínimo que a pessoa com deficiência tem direito de receber do governo.
Tendo o abrigamento, a casa promove eventos aos finais de semana para incentivar o vínculo entre os parentes e pacientes, e, dependendo do caso, é permitido à pessoa com deficiência passar férias com a família.

Nova filosofia
Na contramão do regime acolhedor das Casas André Luiz, a instituição Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), fundada em 1959, em Salvador (BA), tem adotado o desabrigamento. De acordo com Laura Queiroz, líder do Centro de Reabilitação e Prevenção de Deficiências (CRPD) da entidade, o local não aceita a internação desde 2005, por não considerá-lo conveniente. "É direito da pessoa o convívio familiar e a moradia. Então, começamos a conscientizar os parentes a retirá-las da OSID após determinado período de internação", explica.
Na visão de Laura, é cômodo para uma família internar o seu parente, deixando-o em entidades que oferecem assistência plena, ausentando-se da responsabilidade do cuidado. Por isso, atualmente, a líder analisa cada caso de acordo com os problemas e dificuldades enfrentados pelos familiares, e os orienta para soluções que incluem a volta para casa - e que, na maioria das vezes, garantem bons resultados.
Como nas Casas André Luiz, quase 100% das famílias que procuram a instituição argumentam a falta de condições financeiras e a vulnerabilidade da pessoa com deficiência a adquirir doenças. Entretanto, para Laura, o benefício de um salário mínimo recebido pelo governo pode auxiliar nos custos com remédios e na contratação de um cuidador. Além disso, ela acredita que as prováveis enfermidades - que podem ser comuns - são tratadas em postos de saúde. "Pela minha experiência, a principal razão para a internação não é a falta de recursos. O motivo é algo mais complexo, porque cada um tem uma justificativa. Há famílias com condições muito baixas, que nos procuram apenas pelo atendimento médico. Então, por que aquela mãe que carrega seu filho com deficiência para o posto de saúde consegue criar e outras não?", questiona.
Um caso vivido pela OSID é o de uma mulher de meiaidade que pediu abrigamento para o filho de 18 anos, alegando não conseguir trabalhar por ter que se dedicar a ele. No entanto, na entrevista, a mãe acabou falando que o namorado impôs a condição: ele só manteria o relacionamento se houvesse o abrigamento do filho. Depois da confissão, ela nunca mais voltou.
Exemplo oposto é o de uma mãe cega com três filhos - um deles com paralisia cerebral. Por ser muito pobre, o Ministério Público de Salvador retirou definitivamente a guarda do filho, por considerar que ela não tinha condições de manter o seu bem-estar. Depois de três anos, Laura auxilia no processo para rever a decisão, já que a mãe progrediu financeiramente e quer o filho de volta.

Procedimentos
Na Irmã Dulce, o gasto com cada paciente é de R$ 1.250 por mês. Os dormitórios são divididos em 10 grupos de 12 pessoas e não há separação por nível de retardo. A instituição promove atividades para a independência, emancipação, desenvolvimento e controle emocional do paciente, com terapia ocupacional, oficinas culturais, prática de capoeira e plantio de hortas, além de permitir que o paciente decore o prédio simulando a própria casa e ruas. Os computadores são utilizados para alfabetização e jogos interativos, que ajudam a elevar a autoestima do aluno.
A instituição também conta com hospital e ambulatório para os pacientes receberem tratamentos médicos, terapias e acompanhamento de fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia.

A volta para casa
Genivaldo dos Santos, 34 anos, teve paralisia cerebral, que comprometeu sua fala, pernas, visão e causou retardo mental. Ele foi morador da Irmã Dulce por 11 anos e há quatro mora na casa de sua irmã Maria da Penha.
A decisão de colocar Genivaldo em uma instituição especializada foi dos pais, depois que a mãe teve derrame, quando ele ainda era criança. O pai trabalhava como feirante e, como rotina, saía de casa às 4 da manhã e retornava apenas no final da tarde. A condição financeira era baixa e não havia recursos para pagar uma pessoa para ficar com ele.
Com a nova política da OSID, Maria da Penha teve que desinternar o irmão, mesmo não sendo a favor. Para ela, cuidar de um paciente em casa é muito difícil, pois é preciso carregá-lo para dar banho e contar com ajuda para qualquer tipo de locomoção. Além disso, a rede pública de saúde é precária e não oferece estrutura de atendimento e médicos suficientes - às vezes, é necessário esperar meses por uma consulta. "Tenho muito gasto com médicos particulares, pois com o Sistema Único de Saúde (SUS) é complicado encontrar especialista. Para evitar a espera de até três meses para o atendimento, acabo pagando pela consulta. O salário que Genivaldo recebe não cobre as despesas de fraldas e outras necessidades. Na Irmã Dulce, ele tinha tudo", desabafa.
A solução de Maria foi dividir com sua filha, Adriana do Santos, de 23 anos, o tempo e as tarefas. A sobrinha é muito apegada a Genivaldo e, se depender dela, o tio ficará sempre com a família. Já Maria acredita que se ele vivesse em um local que oferecesse assistência médica e terapias 24 horas, teria maior qualidade de vida. Entretanto, o assunto sempre gera polêmica entre as duas.

Ambiente familiar
O déficit intelectual é medido por um coeficiente estabelecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Algumas instituições, como as Casas André Luiz, faz a avaliação médica para a internação baseada nesses coeficientes, sempre priorizando o grau mais profundo. Para entender melhor, veja a comparação entre o retardo mental e a idade intelectual, apresentada na tabela:

Morador da OSID em momento de lazer

Segundo o psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (SP), Frederico Leão, independentemente do retardo, o paciente deve morar com sua família. "Quanto maior o comprometimento intelectual, mais dependente é o paciente. Entretanto, também é preciso levar em conta se a família tem estrutura emocional para cuidar dele", afirma.
De acordo com o médico, essas pessoas necessitam de carinho e acolhimento, e o ambiente familiar oferece isso. Por melhor que seja a instituição, ela nunca será como o próprio lar. "Nada substitui a família, e os pacientes têm uma qualidade de vida emocional melhor vivendo em casa. O abrigamento só deve ser feito em casos extremos", opina.
Leão acredita que a internação deve ser realizada somente quando o paciente é acamado e possui outras doenças graves. Já para as pessoas com um nível leve de regresso intelectual, o melhor remédio é estimular o convívio, como frequentar escola, interagir com ambiente social e fazer terapias que favoreçam o desenvolvimento comportamental e de aprendizado.

Conscientização em casa
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Florianópolis (SC), oferece a "Casa Lar", um abrigo que atende pessoas com deficiência intelectual e adultos órfãos, que a família não quis assumir. Para diminuir a exclusão, Arlete das Graças Torri, presidente da instituição, defende que é de suma importância os pais ensinarem os filhos desde criança a aceitar a deficiência e absorver a responsabilidade de cuidar daquele ente.
"A principal preocupação dos pais que têm filhos com deficiência é a velhice, pois, na ausência, quem cuidará deles?". Arlete, que é mãe de um rapaz com síndrome de Down, diz que prepara seus filhos para cuidarem do irmão no futuro. "Eles aceitam a deficiência e têm consciência de seu papel na vida do irmão", conta.

Da mesma forma que os pais conversam com os filhos sobre droga e sexo, também é necessário abordar que existem pessoas diferentes, com deficiência, e tentar transformar esse quadro em algo natural para eles.

Prevenção
Para detectar possíveis alterações intelectuais ou irregularidades na criança, os pais devem exigir do hospital a realização de exames preventivos nos recém-nascidos, como a tipagem sanguínea e o teste do pezinho - garantidos por lei - e aqueles que ainda não são obrigatórios, mas essenciais, como o teste da orelha e o reflexo vermelho (exame oftalmológico). A identificação permite o tratamento precoce, evitando que deficiência ou outras doenças evoluam.
Serviços

Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae)

Rodovia Admar Gonzaga, 2937
Itacurubim - Florianópolis - SC
(48) 3953-3000

Casas André Luiz

Av. André Luiz, S/Nº
Picanço - Guarulhos - SP
(11) 2457-7733

Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas - SP

R. Dr. Ovídio Pires de Campos, 785
São Paulo - SP

Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)

Av. Bonfim, 161
Largo de Roma - Salvador - BA
(71) 3310-1100 / 0800 284 5284

Fonte: Revista Sentidos