Discovery: Misterios do Autismo

Profº Renato M. E. Sabbatini - Autismo



Aula completa do Prof.Dr. Renato M.E. Sabbatini (UNICAMP) no curso Neurologia e Grandes Personalidades Históricas. http://www.edumed.org.br/cursos/personalidades.html.

O curso tem como objetivo ensinar conceitos básicos de neurologia clínica de diversas doenças como síndrome de pânico, neurosífilis, acidente vascular cerebral, autismo, doença de Parkinson, poliomielite, epilepsia, distúrbios da linguagem, etc. através do estudo de grandes personalidades históricas que as tiveram, como Darwin, Dostoiévski, Ravel, Hitler, Roosevelt, etc..

Resumo da aula: Filho de um duque, e um dos homens mais ricos da Inglaterra em seu tempo, Henry Cavendish foi, ao mesmo tempo, um cientista extraordinariamente importante para a história da química, e uma pessoa profundamente alterada. Trabalhando sempre totalmente isolado, não se comunicava com ninguém, e até mesmo seus empregados se relacionavam com ele por escrito. Recentemente, o famoso neurologista e escritor inglês Oliver Sacks aventou a hipótese, bastante provável, que Cavendish tinha a síndrome de Asperger, um subtipo do autismo, e que é uma doença de desenvolvimento. Os pacientes com esta síndrome são inteligentes, têm excepcional capacidade de concentração, e se interessam apenas por uma ou duas coisas em sua existência. Diversas teorias propôe que muitos cientistas de sucesso (inclusive Albert Einstein) seriam acometidos de Asperger. Nesta palestra discutiremos a história psicológica de Cavendish e as possiveis correlações entre autismo funcionante e gênio científico.

Pastores feridos - Pastores que abandonam o púlpito enfrentam o difícil caminho da auto-aceitação e do recomeço.

Pastores feridos

Pastores que abandonam o púlpito enfrentam o difícil caminho da auto-aceitação e do recomeço.

Por Marcelo Brasileiro

Desânimo, solidão, insegurança, medo e dúvida. Uma estranha combinação de sensações passou a atormentar José Nilton Lima Fernandes, hoje com 41 anos, a certa altura da vida. Pastor evangélico, ele chegou ao púlpito depois de uma longa vivência religiosa, que se confunde com a de sua trajetória. Criado numa igreja pentecostal, Nilton exerceu a liderança da mocidade já aos 16 anos, e logo sentiria o chamado – expressão que, no jargão evangélico, designa aquele momento em que o indivíduo percebe-se vocacionado por Deus para o ministério da Palavra. Mas foi numa denominação do ramo protestante histórico, a Igreja Presbiteriana Independente (IPI), na cidade de São Paulo, que ele se estabeleceu como pastor. Graduado em Direito, Teologia e Filosofia, tinha tudo para ser um excelente ministro do Evangelho, aliando a erudição ao conhecimento das Sagradas Escrituras. Contudo, ele chegou diante de uma encruzilhada. Passou a duvidar se valeria mesmo a pena ser um pastor evangélico. Afinal, a vida não seria melhor sem o tal “chamado pastoral”?

As razões para sua inquietação eram enormes. Ordenado pastor desde 1995, foi justamente na igreja que experimentou seus piores dissabores. Conheceu a intriga, lutou contra conchavos, desgastou-se para desmantelar o que chama de “estrutura de corrupção” dentro de uma das igrejas que pastoreou. Mas, no fim de tudo isso, percebeu que a luta fora inglória. José Nilton se enfraqueceu emocionalmente e viu o casamento ir por água abaixo. Mesmo vencendo o braço-de-ferro para sanar a administração de sua igreja, perdeu o controle da vida. A mulher não foi capaz de suportar o que o ministério pastoral fez com ele. “Eu entrei num processo de morte. Adoeci e tive que procurar ajuda médica para me restabelecer”, conta. Com o fim do casamento, perdeu também a companhia permanente da filha pequena, uma das maiores dores de sua vida.

Foi preciso parar. No fim de 2010, José Nilton protocolou uma carta à direção de sua igreja requisitando a “disponibilidade ativa”, uma licença concedida aos pastores da denominação. Passou todo o ano de 2011 longe das funções ministeriais. No período, foi exercer outras funções, como advogado e professor de escola pública e de seminário. “Acho possível servir a Jesus, independentemente de ser pastor ou não”, raciocina, analisando a vida em perspectiva. “Não acredito mais que um ministério pastoral só possa ser exercido dentro da igreja, que o chamado se aplica apenas dentro do templo. Quebrei essa visão clerical”. Reconstruindo-se das cicatrizes, Nilton casou-se novamente. E, este ano retornou ao púlpito, assumindo o pastoreio de uma igreja na zona leste de São Paulo. Todavia, não descarta outro freio de arrumação. “Acho que a vida útil de um líder é de três anos”, raciocina. “É o período em que ele mantém toda a força e disposição. Depois, é bom que esse processo seja renovado”. É assim que ele pretende caminhar daqui para frente: sem fazer do pastorado o centro ou a razão da sua vida.

Encontrar o equilíbrio no ministério não é tarefa fácil. Que o digam os ex-pastores ou pastores afastados do púlpito que passam a exercer outras atividades ou profissões depois de um período servindo à igreja. Uma das maiores denominações pentecostais do país, a Igreja do Evangelho Quadrangular (IEQ), com seus 30 mil pastores filiados – entre homens e mulheres –, registra uma deserção de cerca de 70 pastores por mês desde o ano passado. Os números estão nas circulares da própria igreja. Não é gente que abandona a fé em Cristo, naturalmente; em sua maioria, os religiosos que pedem licença ou desligamento das atividades pastorais continuam vivendo sua vida cristã, como fez José Nilton no período em que esteve afastado do púlpito. É que as pressões espirituais e as demandas familiares e pessoais dos pastores, nem sempre supridas, constituem uma carga difícil de suportar ao longo doa anos. Some-se a isso os problemas enfrentados na própria igreja, as cobranças da liderança, a necessidade de administrar a obra sob o ponto de vista financeiro e – não raro – as disputas por poder e se terá uma ideia do conjunto de fatores que podem levar mesmo aquele abençoado homem de Deus a chutar tudo para o alto.

A própria IPI, onde José Nilton militou, embora muito menor que a Quadrangular – conta com cerca de 500 igrejas no país e 690 pastores registrados –, teria hoje algo em torno de 50 ministros licenciados, número registrado em relatório de 2009. Pode parecer pouco, mas representa quase dez por cento do corpo de pastores ativos. Caso se projete esse percentual à dimensão da já gigantesca Igreja Evangélica brasileira, com seus aproximadamente 40 milhões de fiéis, dá para estimar que a defecção dos púlpitos é mesmo numerosa. De acordo com números da Fundação Getúlio Vargas, o número de pastores evangélicos no país é cinco vezes maior do que a de padres católicos, que em 2006 era de 18,6 mil segundo o levantamento Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais. Porém, devido à informalidade da atividade pastoral no país, é certo que os números sejam bem maiores.

FERIDOS QUE FEREM

O chamado pastoral sempre foi o mais valorizado no segmento evangélico. Por essa razão, é de se estranhar quando alguém que se diz escolhido por Deus para apascentar suas ovelhas resolva abandonar esse caminho. Nos Estados Unidos, algumas pesquisas tentam explicar os principais motivos que levam os pastores a deixar de lado a tarefa que um dia abraçaram. Uma delas foi realizada pelo ministério LifeWay, que, por telefone, contatou mil pastores que exerciam liderança em suas comunidades eclesiásticas. E o resultado foi que, apesar de se sentirem privilegiados pelo cargo que ocupavam (item expresso por 98% dos entrevistados), mais da metade, ou 55%, afirmaram que se sentiam solitários em seus ministérios e concordavam com a afirmação “acho que é fácil ficar desanimado”. Curiosamente, foram os veteranos, com mais 65 anos, os menos desanimados. Já os dirigentes das megaigrejas foram os que mais reclamaram de problemas. De acordo com o presidente da área de pesquisas da Life Way, Ed Stetzer – que já pastoreou diversas igrejas –, a principal razão para o desânimo pode vir de expectativas irreais. “Líderes influenciados por uma mentalidade consumista cristã ferem todos os envolvidos”, aponta. “Precisamos muito menos de clientes e muito mais de cooperadores”, diz, em seu blog pessoal.

Outras pesquisas nos EUA vão além. O Instituto Francis Schaeffer, por exemplo, revelou que, no último ano, cerca de 1,5 mil pastores têm abandonado seus ministérios todos os meses por conta de desvios morais, esgotamento espiritual ou algum tipo de desavença na igreja. Numa pesquisa da entidade, 57% dos pastores ouvidos admitiram que deixariam suas igrejas locais, mesmo se fosse para um trabalho secular, caso tivessem oportunidade. E cerca de 70% afirmam sofrer depressão e admitem só ler a Bíblia quando preparam suas pregações. Do lado de cá do Equador, o nível de desistência também é elevado, ainda mais levando-se em conta as grandes expectativas apresentadas no início da caminhada pastoral pelos calouros dos seminários. “No começo do curso, percebemos que uma boa parte dos alunos possui um positivo encantamento pelo ministério. Mais adiante, já demonstram preocupação com alguns dilemas”, observa o diretor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo, o pastor batista Lourenço Stélio Rega. Ele estima que 40% dos alunos que iniciam a faculdade de teologia desistem no meio do caminho. Os que chegam à ordenação, contudo, percebem que a luta será uma constante ao longo da vida ministerial – como, aliás, a própria Bíblia antecipa.

E, se é bom que o ministro seja alguém equilibrado, que viva no Espírito e não na carne, que governa bem a própria casa, seja marido de uma só mulher (ou vice-versa, já que, nos tempos do apóstolo Paulo não se praticava a ordenação feminina) e tantos outros requisitos, forçoso é reconhecer que muita gente fica pelo caminho pelos próprios erros. “O ministério é algo muito sério” lembra Gedimar de Araújo, pastor da Igreja Evangélica Ágape em Santo Antonio (ES) e líder nacional do Ministério de Apoio aos Pastores e Igrejas, o Mapi. “Se um médico, um advogado ou um contador erram, esse erro tem apenas implicação terrena. Mas, quando um ministro do Evangelho erra, isso pode ter implicações eternas.”

Desde que foi criado, há 20 anos, em Belo Horizonte (MG), como um braço do ministério Servindo Pastores e Líderes (Sepal), o Mapi já atendeu milhares de pastores pelo país. Dessa experiência, Gedimar traça quatro principais razões que podem ser cruciais para a desmotivação e o abandono do ministério. “Ativismo exagerado, que não deixa tempo para a família ou o descanso; vida moral vacilante, que abre espaço para a tentação na área sexual; feridas emocionais e conflitos não resolvidos; e desgaste com a liderança, enfrentando líderes autoritários e que não cooperam”, enumera. Para ele, é preciso que tanto os membros das igrejas quanto as lideranças denominacionais tenham um cuidado especial com os pastores. “Muitos sofrem feridas, como também, muitas vezes, chegam para o ministério já machucados. E, infelizmente, pastor ferido acaba ferindo”.

Quanto à responsabilidade do próprio pastor com o zelo ministerial, Gedimar é taxativo: “É melhor declinar do ministério do que fazê-lo de qualquer jeito ou por simples necessidade”. A rede de apoio oferecida pelo Mapi supre uma lacuna fundamental até mesmo entre os pastores – a do pastoreio. “É preciso criar em torno do ministro algumas estruturas protetoras. É muito bom que o líder conte com um grupo de outros pastores onde possa se abrir e compartilhar suas lutas; um mentor que possa ajudá-lo a crescer e acompanhamento para seu casamento e família e, por fim, ter companheiros com quem possa desenvolver amizades e relacionamentos saudáveis e sólidos”, enumera.

EXPECTATIVAS

Juracy Carlos Bahia, pastor e diretor-executivo da Ordem dos Pastores Batistas do Brasil (OPBB), sediada no Rio de Janeiro, conhece bem o dilema dos colegas que, a certa altura do ministério, sentem-se questionados não só pelos outros, mas, sobretudo, por si mesmos. Ele lida com isso na prática e sabe que o preço acaba sendo caro demais. “Toda atividade que envolve vocação, como a do professor, a do médico ou a do pastor, é vista com muita expectativa. Quando se abandona esse caminho, é natural um sentimento de inadequação”. Para Bahia, o desencantamento com o ministério pastoral é fruto também do que entende como frustrações no contexto eclesiástico. Há pastores, por exemplo, que julgam não ter todo seu potencial intelectual utilizado pela comunidade. “Às vezes, o ministro acha que a igreja que pastoreia é pequena demais para seus projetos pessoais”, opina. Isso, acredita Bahia, estimula muitos a acumularem diversas funções, além das pastorais. “Eu defendo que os pastores atuem integralmente em seus ministérios. Porém, o que temos visto são pastores-advogados, pastores-professores, enfim, pastores que exercem outras profissões paralelas ao púlpito”, observa.

No entender do dirigente da OPBB, esse acúmulo de funções mina a energia e o potencial do obreiro para o serviço de Deus. A associação reúne aproximadamente dez mil pastores batistas e Bahia observa isso no seio da própria entidade: “Creio que metade deles sofra com a fuga das atividades pastorais para as seculares”. Contudo, ele acredita que deixar o ministério não é algo necessariamente negativo. “A pessoa pode ter se sentido vocacionada e, mais adiante na vida, por meio da experiência, das orações e interação com outros pastores, é perfeitamente possível chegar à conclusão que a interpretação que fez sobre seu chamado não foi adequada e sim emotiva”.

Quando, já na meia idade, casado e com dois filhos, ingressou no Seminário Presbiteriano do Norte (SPN), na capital pernambucana, Recife, Francisco das Chagas dos Santos parecia um menino de tanto entusiasmo. Nem mesmo as críticas de parentes para que buscasse uma colocação social que lhe desse mais status e dinheiro o desmotivou. “A igreja, para mim, é a melhor das oportunidades de buscar e conhecer meu Criador para que, pela graça, eu continue com firmeza a abrir espaço em meu coração para que ele cumpra sua vontade em mim, inclusive no ministério pastoral”, anotou em sua redação para o ingresso no SPN, em 1998. Ele formou-se no curso, foi ordenado pastor em 2003 e dirigiu igrejas nas cidades de Garanhuns e Saloá.

Hoje, aos 54 anos, Francisco trabalha como servidor público no Instituto Agronômico de Pernambuco. Ainda não curou todas as feridas e ressentimentos desde que, em 2010, entregou seu pedido de desligamento da denominação. Ele lamenta o tratamento recebido pelos seus superiores enquanto foi pastor. “Minha opinião sobre igreja não mudou. Nunca planejei um dia pedir licença ou despojamento do ministério. Mas entendo que somos o Corpo de Cristo, e, se uma unha dói, todos nós estamos doentes”, pondera. “Não é possível ser pastor sem pensar em restaurar vidas – e existem muitas vidas precisando de conserto, inclusive entre nós, pastores”.

A vida longe dos púlpitos ainda não foi totalmente sublimada e Francisco sabe bem que será constantemente indagado sobre sua decisão de deixar o ministério. “A impressão é que você deixou um desfalque, que adulterou ou algo parecido”, observa. Ele não considera voltar a pastorear pela denominação na qual se formou, porém não consegue deixar de imaginar-se como pastor. “Uma vez pastor, pastor para sempre”, recita, “muito embora as pessoas, em geral, acreditem que seja necessário um púlpito.”

Porta de saída

Pesquisa realizada nos Estados Unidos traçou um panorama dos problemas da atividade pastoral...

70% dos pastores admitem sofrer de depressão e estresse

80% deles sentem-se despreparados para o ministério

70% afirmam só ler a Bíblia quando precisam preparar seus sermões

40% já tiveram casos extraconjugais

30% reconhecem ter reduzido as próprias contribuições às igrejas após a crise financeira

... e avaliou as consequências disso:

1,5 mil pastores deixam o púlpito todos os meses

5 mil religiosos buscavam emprego secular no ano de 2009, mais do que o dobro do que ocorria em 2005

2 a 3 anos de ministério é o tempo médio em que os pastores deixam suas igrejas, sendo em direção a outras denominações ou não

Fontes: Barna Group, Christian Post, The Wall Street Journal, Instituto Francis A. Schaeffer e Instituto Jetro

Rebanho às avessas

A maioria dos pastores que se afastam de suas atividades ministeriais não abandona a fé em Cristo. Cada um deles, a seu modo, mantém sua vida espiritual e o relacionamento pessoal com Deus. Mas há quem saia do púlpito pela porta dos fundos, renegando as crenças defendidas com ardor durante tantos anos de atividade sacerdotal. Para estes – e, é bom que se diga, trata-se de uma opção nada recomendável –, existe a Freedom from Religion Foundation (“Fundação para o fim da religião”), entidade criada por ninguém menos que o mais famoso apologista do ateísmo da atualidade, o escritor britânico Richard Dawkins, autor do best-seller Deus, um delírio. Ele e um grupo de céticos lançaram o Projeto Clero, iniciativa que visa a apoiar ex-clérigos – pastores, padres, rabinos – no reinício da vida longe das funções religiosas. “Sacerdotes que perdem sua fé sofrem uma penalização dupla. Eles perdem seu emprego e, ao mesmo tempo, sua família e a vida que sempre tiveram”, argumenta Dawkins, no site do projeto. Não se tem notícia confiável de quantos ex-líderes aderiram ao Projeto Clero, mas parece óbvio que a ideia do refúgio ateu não é apenas abraçar sacerdotes cansados da vida religiosa, mas também engrossar o rebanho crescente daqueles que repudiam a possibilidade da existência de Deus.

Mudança difícil

Não foi uma escolha fácil. Quando o ex-pastor batista Osmar Guerra decidiu que seu lugar não era mais o púlpito, logo foi fustigado por olhares de decepção das pessoas que estavam ao seu redor e acreditavam em seu trabalho espiritual. Afinal, desde menino ele era o “pastorzinho” de sua igreja em Piracicaba, no interior paulista. Desinibido e articulado, o garoto, bem ensinado pelos pais na fé cristã, apresentava uma natural vocação para o pastorado. Por isso, foi natural sua decisão de matricular-se Faculdade Teológica Batista de São Paulo e, após os anos de estudo, assumir a função de pastor de adolescentes da Igreja Batista da Água Branca (IBAB), na capital paulista.

Começava ali uma promissora carreira ministerial. Osmar dividia seu trabalho entre as funções na igreja e as aulas de educação cristã, lecionadas no tradicional Colégio Batista. Tempos depois, o pastor transferiu-se para outra grande e prestigiada congregação, a Igreja Batista do Morumbi. Mas algo estava fora de sintonia, e Osmar sabia disso. Toda sua desenvoltura na oratória, sua capacidade de mobilização e seu espírito de liderança poderiam não ser, necessariamente, características de uma vocação pastoral. E, como dizem os jovens que ele tanto pastoreou, pintou uma dúvida: seu lugar era mesmo diante do rebanho? “Eu era um excelente animador. Mas me faltava vocação, e fui percebendo isso cada vez mais”.

O novo caminho, ele sabia, não seria compreendido com facilidade pela família, pelos amigos e pelas ovelhas. Mas ele decidiu voltar a estudar, e escolheu a área de rádio e TV. E, mesmo ali, não escapou do apelido de “pastor”, aplicado pela turma. Quando conseguiu um estágio na TV Record, percebeu que ficava totalmente à vontade entre os cenários, as produções e os auditórios. Com seu talento natural, Osmar deslanchou, e o artista acabou suplantando o pastor. Depois de pedir demissão da igreja, em 2005, ele galgou posições na emissora e hoje é o produtor de um dos programas de maior sucesso da casa, O melhor do Brasil, apresentado pelo Rodrigo Faro.

“Durante muito tempo, fiquei em crise”, reconhece hoje, aos 31 anos. “Tive medo de tomar a decisão de deixar de ser pastor. Mas, hoje, sinto-me mais confiante e honesto comigo mesmo e perante os outros”, garante. Longe do púlpito, mas não de Jesus, Osmar Guerra continua participativo na sua igreja, a IBAB, onde toca e canta no louvor. De sua experiência, ele se acha no direito de aconselhar os mais jovens. “Defendo que, antes do seminário, as pessoas busquem formação em outras áreas, ainda mais quando são novas”, diz. Isso, segundo ele, pode abrir novas possibilidades se o indivíduo, por um motivo qualquer, sentir-se desconfortável no púlpito. Contudo, ele não descarta o valor de um chamado genuíno: “Se, mesmo assim, a vontade de se tornar um pastor continuar, isso é sinal de que o caminho pode ser esse mesmo.”

Filme Somos Todos Diferentes

Filme Somos Todos Diferentes

 

O filme conta a história de uma criança que sofre com dislexia e custa a ser compreendida. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo.

As letras dançam em sua frente, como diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. Seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rudez e falta de sensibilidade.

Após serem chamados na escola para falar com a diretora, o pai do garoto decide levá-lo a um internato, sem que a mãe possa dar opinião alguma.

Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele visivelmente entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do internato é a de disciplinar cavalos selvagens. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que algo de errado estava pairando sobre Ishaan.

Não demorou para que o diagnóstico de dislexia ficasse claro para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar aquele garoto que havia perdido sua réstia de luz e vontade de viver.


Filme "O Pastor"

Filme "El Pozo"


EL POZO
UN THRILLER INTENSO
La gran mayoría de las películas que formaron parte de la XLV Muestra Internacional de Cine han tenido una rápida salida a la cartelera comercial, y ahora toca el turno al filme italiano El Pozo (Io Non ho Paura, 2003) del realizador Gabriele Salvatores.
La trama nos ubica en el año de 1978 en un muy caluroso día de verano en la zona de la Italia meridional. Un niño realiza una excursión en bicicleta y en su camino se encuentra con una casa abandonada, un pozo está cerca y, para su sorpresa, ahí hallará a un niño que es víctima de un secuestro.
El Pozo es una adaptación de la novela del joven escritor Niccolò Ammaniti, que se centra fundamentalmente en la relación entre ambos niños, la cual es muy conmovedora. No estamos ante un simple filme que maneje el tema del secuestro, sino ante el gran problema social que implican los plagios, así como ante la pobreza prevaleciente en varias regiones ítalas.
El protagonista es Michele (Giuseppe Cristiano), un niño de tez morena abierto a solidarizarse con su pequeño compañero en desgracia, Filippo (Mattia Di Pierro). No comprende a ciencia cierta lo que está pasando, pero se encuentra en la disposición de ayudarlo, le duele, y aunque no tome del todo conciencia al ver encadenado a Filippo, él destapa un suceso que está encubierto por los habitantes del lugar.
Salvatores desarrolla un buen ritmo narrativo con el que logra atrapar la atención del espectador de principio a fin. Por su parte, la fotografía de Italo Petriccione es espléndida al enmarcar el bello pero desolador paisaje donde transcurre la trama.
Estamos ante un thriller intenso que vuelve a reconfirmar el talento que su director ya había dejado patente en filmes como Nirvana (1997) y Mediterráneo (1991). El Pozo es una película que destaca en el gris panorama de la producción italiana actual.
El Pozo. Título original: Io Non ho Paura / I´m Not Scared. Dirección: Gabriele Salvatores. Guión: Niccolò Ammaniti y Francesca Marciano. Fotografía: Italo Petriccione. Música: Ezio Bosso y Pepo Scherman. Actúan: Giuseppe Cristiano, Mattia Di Pierro, Adriana Conserva, Fabio Tetta, Giulia Matturo y Aitana Sánchez-Gijón. Duración: 108 minutos. Italia, 2003.










































































































VERSÃO EM PORTUGUÊS

Desaprendendo para Ser o que se É

Instituto Ann Sullivan - PUC-Rio: Games para crianças e jovens autistas

PUC-Rio: Games para crianças e jovens autistas
Dois alunos do mestrado do Departamento de Informática da PUC-Rio desenvolveram jogos para crianças autistas. A temática dos dois jogos foi a mesma, mas o assunto semelhante foi pura coincidência.

Com o auxílio de fonoaudiólogos, psicólogos e o feedback de mães de algumas crianças, o aluno de mestrado Rafael Cunha criou um game de computador para desenvolver o vocabulário e ajudar no aprendizado de palavras e imagens para crianças autistas de 5 a 9 anos.

A partir de uma interface atrativa, as crianças aprendem a distinguir objetos como tênis, sapato e chinelo, por exemplo, e, de acordo com as necessidades específicas de cada uma, é possível acrescentar outras palavras. O visual é bem infantil, com um esquilo simpático comandando as palavras e imagens.

— Fui incentivado pela minha esposa, Luciana Reis, que é fonoaudiologa. Na época ela procurava softwares educacionais apropriados para crianças com autismo. Então, percebemos que no Brasil existe uma carência de softwares educacionais apropriados para essas crianças — conta Rafael, de 32 anos. — Comecei a pesquisar e vi que muito podia ser feito e que os computadores podiam ajudar. Com eles é possível criar ambientes controlados, interessantes e sem distrações. Essas são consideradas características importantes para o sucesso no tratamento de pessoas com autismo.

Rafael relata que o desenvolvimento do conceito do game durou seis meses, e mais três meses de desenvolvimento para chegar uma primeira versão operacional.

— A próxima versão do game será para iPad, iPhone e dispositivos Android, incluindo mais personagens, cenários e novas palavras — explica. — A versão do jogo utilizada na pesquisa estará disponível até junho deste ano e, para usá-la, basta o usuário ter um computador com acesso à internet e um navegador com o plugin Adobe Flash Player instalado. O game ficará hospedado no site <jogoseducacionais.com>.

Os pais aprovaram os resultados com as crianças que participaram dos testes, comentando que elas aumentaram seu vocabulário e melhoraram na questão do foco e da concentração. O jogo estará disponível na internet assim que for testado em todas as plataformas e suas respectivas ferramentas (Android, Flash, tablets etc.). Mas já é possível mostrá-lo como funciona e todas as suas características.

O outro jogo foi criado pela estudante colombiana de mestrado Greis Mireya Silva Calpa, de 26 anos. Chamado PAR (de “Peço, Ajudo, Recebo”), o game é instalado em uma mesa touchscreen que permite a interação social de jovens autistas, entre 12 e 17 anos. No aplicativo, que poderá ser customizado conforme as necessidades de cada um, o jovem autista só consegue desenvolver uma tarefa se tiver ajuda de outra pessoa que também tenha a doença, o que o ajuda a identificar a importância de estar integrado aos demais. Uma das tarefas é vestir um time de futebol com um uniforme bem parecido com o da seleção brasileira. A mesa touchscreen está sendo testada desde 24/04 com oito crianças e jovens do Instituto Ann Sullivan, especializado no tratamento do autismo <institutoannsullivan.org.br>.

— A interface humano-computador apresenta muitas vantagens que podem ser usadas para usuários autistas, cuja população tem aumentado muito nos últimos anos — diz Greis. — Foi por isso que me interessei em pesquisar aplicações computacionais desenvolvidas para interfaces multitoque que permitem a interação de mais de uma pessoa ao mesmo tempo, contribuir no apoio do tratamento da interação social de usuários autistas.

O projeto de Greis começou em setembro de 2011, inicialmente pesquisando o autismo em si e estudando todo tipo de pesquisa apropriada para definir como iria ser desenvolvido o trabalho.

— A implementação foi desenvolvida em duas etapas, a primeira relacionada com o desenvolvimento do software e a segunda com a aplicação do software na população alvo. O desenvolvimento durou cinco meses e, no momento, estamos acertando os últimos detalhes do software para sua aplicação com os usuários — explica.

A mesa multitoque baseia-se no modelo DI (Diffuse Illumination) e consiste numa superfície de acrílico de 50 polegadas, com projetor utilizado um projetor para criar a superfície de toque.

— O software usado é o Community Core Vision e o protocolo empregado é o TUIO (Tangible User Interface [Open]), para realizar o tratamento dos toques sobre a superfície da mesa. A mesa foi desenvolvida na própria PUC-Rio, pelo TeCGraf, o grupo de tecnologia em computação gráfica — explica Greis.

A estudante pretende desenvolver uma segunda versão, mas, afirma que os melhoramentos necessários só serão identificados após a análise dos resultados obtidos na aplicação da versão em curso.
— Pretendo patentear o sistema assim que tiver os resultados coletados na aplicação desta primeira versão — revela. — Mas, quanto a comercializar o sistema, por ser uma implementação feita para usuários que precisam de apoio, é bem mais importante que seja disponível gratuitamente para quem precisar.

Palestra: Meu Filho Tem Autismo

Desde 2008, a AMA promove o programa de palestras “Meu Filho Tem Autismo”, com a finalidade de servir de apoio e ajuda para eliminar muitas das duvidas mais freqüentes entre os pais de crianças com autismo, tenham eles filhos na AMA ou não.
Estas palestras são ministradas por profissionais da AMA e convidados com a preocupação de levar conhecimento para ajudar os pais em seu dia-a-dia.
Estas palestras acontecem sempre na última segunda-feira do mês às 18h30 no endereço Rua Luis Gama, 890 – Cambuci.
Para participar basta levar um kg de alimento não perecível.
palestramaiog

20111207_calendrio de palestras 2012